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Fenômeno La Niña deve permanecer e prolongar secas e chuvas intensas

Estudos indicam que há cerca de 70% de chance que La Niña permaneça até este verão no Hemisfério Norte

10 Jun 2022 - 12h15Por ONU News
Mulher caminha até um ponto de transporte de água na Somália - Crédito: © UN Photo / Fardosa HusseinMulher caminha até um ponto de transporte de água na Somália - Crédito: © UN Photo / Fardosa Hussein

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM, o evento climático La Ninã deve continuar até pelo menos agosto e possivelmente até o outono do Hemisfério Norte e início do inverno, este ano.

Algumas previsões sugerem que os efeitos podem persistir até 2023, o que seria o terceiro la Niña consecutivo no Hemisfério Norte desde 1950. O fenômeno afeta os padrões de temperatura e precipitação e aumenta secas e inundações em diferentes partes do mundo.

Efeitos do La Niña

O evento climático é responsável pelo resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície oceânica no Oceano Pacífico equatorial central e oriental, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical, ou seja, ventos, pressão e precipitação.

Geralmente o La Niña tem impactos opostos no clima do El Niño, que é a fase quente da chamada Oscilação Sul do El Niño.

Os efeitos do La Niña podem ser observados na seca em curso no Chifre da África e no sul da América do Sul, assim como nas chuvas acima da média no Sudeste Asiático e na Australásia e nas previsões para uma temporada de furacões no Atlântico acima da média.

Ação humana

No entanto, segundo a OMM, todos os eventos climáticos que ocorrem naturalmente são agravados pela mudança climática induzida pelo ser humano, que aumenta a temperatura global, deixa o clima mais extremo e impacta os padrões sazonais de precipitação e temperatura.

De acordo com secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, os efeitos da ação humana no clima amplificam os impactos de eventos naturais como La Niña e estão influenciando, cada vez mais, os padrões climáticos, em particular por meio de calor e seca mais intensos e o risco associado de incêndios florestais, dilúvios recordes de chuvas e inundações.

O líder da OMM afirma que previsões sazonais aprimoradas podem contribuir na redução dos impactos para população. Os dados permitem planejar com antecedência e proteger setores sensíveis ao clima, como agricultura, segurança alimentar, saúde e redução de risco de desastres.

Lembrando o objetivo de universalizar o acesso aos sistemas de alerta precoce nos próximos cinco anos, Petteri Taalas declara que a OMM está se esforçando para atingir a meta e proteger o planeta contra riscos relacionados ao clima e a água.

Presença prologada do La Niña

O atual evento La Niña começou em setembro de 2020 e continuou até meados de maio de 2022 em todo o Pacífico tropical.

Segundo a OMM, houve um enfraquecimento temporário dos componentes oceânicos do La Niña durante janeiro e fevereiro de 2022, mas voltaram a se fortalecer desde março de 2022.

Os estudos da OMM indicam que há cerca de 70% de chance de que as condições atuais de La Niña permaneçam até o verão boreal de 2022 e cerca de 50 a 60% durante os meses de julho a setembro de 2022.

Existem algumas indicações de que a probabilidade pode aumentar novamente ligeiramente durante o outono boreal de 2022 e o início do inverno boreal de 2022-23.

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