O presidente egípcio Hosni Mubarak durante encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, nesta segunda - Crédito: Foto: Amr Nabil / AP
A Embaixada dos Estados Unidos no Egito enviou um alerta para cidadãos americanos residentes ou em visita ao país. O motivo é uma série de protestos prevista para esta terça-feira (25) no centro e regiões turísticas do Cairo, Alexandria e Giza, onde ficam as pirâmides. Segundo o comunicado, grupos de oposição ao presidente Hosni Mubarak tem convocado a população para manifestar-se, durante o feriado nacional egípcio do Dia da Polícia.As autoridades locais já anunciaram que “as demonstrações planejadas são ilegais e a polícia vai tomar as ações necessárias para evitar qualquer interrupção no tráfego”. Com isso, escolas e universidades internacionais, além do comércio, que funciona 365 dias por ano, durante quase 24 horas, suspenderam suas atividades.
Há um temor generalizado de que as principais cidades do país parem durante todo o dia e que locais como a Praça Tahrir, onde estão os principais edifícios do governo e estação de baldeação das linhas do metrô, se transformem em um campo de batalha entre manifestantes e policiais.
“A gente espera que não aconteça nada, mas é melhor não sair de casa. Pretendo ir ao mercado e fazer tudo o que é preciso hoje, porque a gente não sabe o que vai acontecer. E se as coisas ficarem difíceis, pode haver protestos durante dias”, comentou a professora Wessan Sayeed, com uma preocupação que está afetando tanto locais quanto estrangeiros.
“Estou revendo meus planos para a semana. Volto para os EUA no sábado e simplesmente acho que não vou conseguir visitar todos os locais que eu tinha planejado. Além de não ser seguro, acho que seria uma irresponsabilidade minha andar pelas ruas e me expor ao risco de provocar alguma tensão diplomática entre o meu país e o Egito”, declarou um turista nova-iorquino que pediu para ser identificado apenas como George. \"Vão ser protestos deles, por causa de problemas deles e acho que não devemos nos meter, apenas esperar a poeira baixar, antes de voltar pra casa\", acrescentou.
Alguns jornais locais tem chamado esta movimentação de “Primavera dos Povos Árabes”, decorrente das manifestações que derrubaram o presidente da Tunísia, há dez dias. Todos os países da região estão em alerta, monitorando e debatendo todo tipo de manifestação popular.
No Egito, o alvo é o presidente Hosni Mubarak, de 82 anos, que completa 30 anos no poder e tem demonstrado disposição para candidatar-se a um sexto mandato ou a eleger o filho, Gamal Mubarak, nas eleições previstas para este ano.
(G1.com)