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Em menos de um ano, terrorismo fez 13,9 mil vítimas na África em mais de 3 mil ataques

No Conselho de Segurança, vice-chefe das Nações Unidas alerta sobre geração inteira vulnerável a grupos extremistas na região; Moçambique é citado em informe revelando que 59% das mortes globais aconteceram na África Subsaariana

21 Jan 2025 - 21h45Por ONU News
Nações Unidas expressaram preocupação com a propagação do terrorismo na África - Crédito:  Unsplash/David von Diemar Nações Unidas expressaram preocupação com a propagação do terrorismo na África - Crédito: Unsplash/David von Diemar

As Nações Unidas expressaram preocupação com a propagação do terrorismo na África e com a necessidade de abordar as causas profundas. O Centro de Contraterrorismo da União Africana documentou mais de 3,4 mil ataques terroristas e 13,9 mil vítimas civis entre janeiro e setembro do ano passado.

Nesta terça-feira, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, citou Moçambique em discurso no Conselho de Segurança. Ela fez referência ao país entre as nações onde se registram altos níveis de violência pelo tipo de ataques.

Grupos terroristas

Mohammed disse que, em outras partes da África, grupos terroristas como o Al-Shabaab na Somália, as Forças Democráticas Aliadas na República Democrática do Congo e o Ahlu Sunna Wal Jama em Moçambique continuam desencadeando uma “violência horrível”.

Estes grupos não apenas aterrorizam comunidades, mas também realizam “atos inexprimíveis de violência sexual e de gênero, agredindo crianças e recrutando-as à força para suas fileiras”.

Vice-chefe da ONU pediu que sejam observados os direitos humanos na resposta ao fenômeno Vice-chefe da ONU pediu que sejam observados os direitos humanos na resposta ao fenômeno - Foto: ONU/Manuel Elias

Somente a África Subsaariana concentra 59% de todas as mortes relacionadas ao terrorismo em nível global, mesmo com ações dos países contraterrorismo.

Para a vice-chefe da ONU, caminhando na atual velocidade o futuro de áreas como a África Ocidental está em jogo com a marginalização da juventude que, ao lado do desemprego crescente, deixa uma geração inteira vulnerável a grupos extremistas.

Risco de perder a atual geração

Amina Mohammed advertiu que, sem qualquer ação, “o risco de perder a atual geração para os horrores do terrorismo” é real. Esses jovens estão na iminência de ter o “futuro roubado antes mesmo de terem a chance de o começar”.

No discurso, ela advertiu ainda para o impacto de atos terroristas sobre as mulheres e famílias exploradas e brutalizadas pela violência sexual e de gênero, incluindo casamentos forçados e sequestros. Esta situação causa traumas profundos que reverberam por comunidades inteiras.

A subsecretária-geral alertou para a complexidade da ameaça terrorista à medida que o tipo de atos evolui. A sugestão aos países é que sigam vigilantes à natureza do terrorismo em constante mudança e repensem continuamente nas soluções.

África Subsaariana concentra 59% de todas as mortes relacionadas ao terrorismo em nível globalÁfrica Subsaariana concentra 59% de todas as mortes relacionadas ao terrorismo em nível global - Foto: Unodc

Pelos últimos três anos, a região africana do Sahel tem sido o marco de uma das crises mais “brutais do mundo”. As mortes relacionadas ao terrorismo chegaram a 6 mil na região, ou mais da metade das fatalidades registradas ao nível global.

Fatores que impulsionam o terrorismo

O Burquina Faso foi o país com o maior aumento de mortes ao registrar mais 68% das vítimas desses atos e pouco apoio para reverter a tendência.

Amina Mohammed quer que os fatores que impulsionam o terrorismo continuem sendo abordados, porque sua prática prossegue em meio a fragilidade e se “alimenta da pobreza, desigualdade, desilusão”.

Em segundo lugar, a vice-chefe da ONU pediu que sejam observados os direitos humanos na resposta ao fenômeno por parte de “instituições fundamentadas, responsáveis e inclusivas”.

Por último, ela incentivou a cooperação regional como “o eixo de qualquer estratégia eficaz de combate ao terrorismo” e alertou que a fragmentação de esforços só favorece os autores”. 

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