O premiê interino da Tunísia, Mohamed Ghannouchi - Crédito: Foto: AP
O primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciou nesta segunda-feira (17) a formação de um novo governo de união nacional encarregado de gerenciar a transição até a organização de eleições presidenciais e legislativas e no qual ele conserva seu cargo. Três oposicionistas participam.
O premiê também anunciou a libertação de todos os presos políticos e a legalização de todos os partidos políticos que a solicitarem.
Ele também anuncioua liberdade total da imprensa e disse que foi levantada a proibição às atividades de todas as organizações não-governamentais, entre elas a Liga Tunisiana de Direitos Humanos (LTDH).
Tiros continuaram sendo ouvidos nesta segunda na capital, após os confrontos do domingo. Na sexta-feira, após semanas de violentos protestos, o presidente Zine al Abidine Ben Ali fugiu do país, que ele governou durante 23 anos.
A crise política tunisiana repercute em todo o mundo árabe, onde outros regimes autoritários lutam para reprimir mobilizações populares.
Um repórter da Reuters em El Omrane, subúrbio de Túnis, disse que era possível ouvir tiros por volta de 3h. Moradores relataram que pessoas passavam a pé, de moto e de carro fazendo disparos aparentemente aleatórios, e depois sumiam.
As pessoas vistoriaram as lajes de seus edifícios por causa de rumores de que atiradores estariam postados ali.
\'Há franco-atiradores no telhado. Não sabemos onde. Estamos pedindo ajuda imediata das forças de segurança\', disse um espectador em telefonema à TV estatal.
O primeiro-ministro Ghannouchi prometeu uma ação rápida para reconstruir o governo após a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita, diante de uma revolta contra o desemprego, a corrupção, a pobreza e a repressão.
Enquanto seguidores de Ben Ali enfrentavam o Exército no palácio presidencial, em outros lugares dois atiradores postados em um telhado perto do Banco Central foram mortos por disparos feitos de um helicóptero.
Tanques permanecem estacionados em Túnis, e soldados vigiam os prédios públicos.
(G1.com)