Mubarak renunciou ao cargo após um governo de quase 30 anos e que era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares. O anúncio foi feito pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, em um curto pronunciamento na TV estatal. Mubarak entregou o poder ao Exército, disse Suleiman.
“Há duas semanas que não saio de casa preocupado com a situação no Egito. Acho que agora todo mundo vai se unir para reorganizar o país e garantir a segurança”, vislumbra Mansour. “Minha família está toda lá, meus pais, meus irmãos, parentes. Se pudesse, iria para lá amanhã, mas acho que vai levar um tempo até conseguir viajar”, diz o professor.
Apesar de dizer que está feliz com a renúncia do presidente, o designer Michael Jacob, de 30 anos, demonstra preocupação com o futuro próximo do país. “Ainda não sabemos se quem vai entrar no poder será bom ou não para o povo. O país não vai ser mais como antes. A gente não saber como vai ficar”, observa o designer, que nasceu no Egito e mora em São Paulo há cinco anos.
Jacob conta que toda a família dele é cristã e mora no Egito. Mesmo apreensivo, ele tem esperança de que o país mude para melhor. “É a primeira vez que a gente pode falar em ex-presidente. Há 30 anos que o mundo em volta da gente está evoluindo e nós ficamos presos por muito tempo. A gente precisa, hoje, cuidar do nosso país.”
#####Transição
Logo após a renúncia de Mubarak, não havia detalhes sobre como ocorrerá a transferência. O Exército anunciaria um comunicado detalhando a transição.
O ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, deve ser o chefe do Alto Conselho Militar, que tomaria o controle do país, segundo fontes militares. O conselho iria derrubar o gabinete de ministros de Mubarak, fechar as duas casas do Parlamento e governar diretamente com a Corte Constitucional, segundo a TV Al Arabiya.
O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro.
(g1)