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Educação de adultos não chega a quem mais precisa, diz Unesco

Avanços no setor não atendem pessoas mais vulneráveis como indígenas, populações rurais, migrantes e idosos

16 Jun 2022 - 14h15Por ONU News
Principal desafio para a aprendizagem e educação de adultos em todo o mundo é chegar àqueles que mais precisam - Crédito: UNOCHA/Viviane RakotoarivonyPrincipal desafio para a aprendizagem e educação de adultos em todo o mundo é chegar àqueles que mais precisam - Crédito: UNOCHA/Viviane Rakotoarivony

O principal desafio para a aprendizagem e educação de adultos em todo o mundo é chegar àqueles que mais precisam. Esta é a mensagem principal do 5º Relatório Global da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura sobre Aprendizagem e Educação de Adultos.

O lançamento do documento aconteceu durante a 7ª Conferência Internacional sobre Educação de Adultos em Marrakech, Marrocos, quarta-feira (15).

Falta de acesso

O relatório da Unesco mostra que, embora haja progresso, principalmente entre as mulheres, os adultos que mais precisam de educação, como indígenas, populações rurais, migrantes, idosos, pessoas com deficiência ou presos, são privados de acesso a oportunidades de aprendizagem.

Cerca de 60% dos países não relataram melhorias na participação entre esses grupos e 24% dos países relataram que as populações rurais haviam diminuído nas salas de aula. Entre os idosos, a parcela de estudantes diminuiu em 24% dos 159 países pesquisados.

O relatório recomenda uma grande mudança na abordagem dos Estados-membros à aprendizagem e educação de adultos, apoiada por investimentos adequados para garantir que todos tenham a oportunidade de se beneficiar da aprendizagem e educação de adultos.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, fez um apelo aos governos e à comunidade internacional para que se unam aos nossos esforços e tomem medidas para garantir que o direito à educação seja realizado para todos.

Ela adiciona que as rápidas mudanças tecnológicas e sociais, bem como os desafios globais, exigem que os cidadãos tenham acesso a novos aprendizados ao longo de suas vidas.

Para Audrey Azoulay, a requalificação por meio da aprendizagem e educação de adultos deve se tornar rotina. A chefe da Unesco acredita que “a derradeira habilidade do século 21 é a capacidade de aprender.”

Uma gama mais ampla de alunos

Segundo o estudo da Unesco, mais da metade dos países relatou um aumento na participação na aprendizagem e educação de adultos desde 2018, mas os desafios permanecem.

Embora a participação de mulheres e jovens tenha melhorado consideravelmente, a participação geral na aprendizagem e educação de adultos continua sendo insuficiente. Em 23% dos 159 países que enviaram dados para o estudo, menos de 1% dos jovens e adultos com 15 anos ou mais participam de programas de educação e aprendizagem.

A África Subsaariana lidera o campo por uma ampla margem, com 59% dos países relatando que pelo menos um em cada cinco adultos se beneficia da aprendizagem. Esse número cai para apenas 16% dos países da América Latina e Caribe e 25% na Europa. A alta taxa de participação na África pode ser explicada em parte por uma forte demanda por alfabetização de adultos e educação de “segunda chance”.

Qualidade está melhorando

A maioria dos países que enviaram informações relatou progressos em relação à qualidade dos currículos, avaliação e profissionalização dos educadores de adultos.

Mais de dois terços relataram progresso no treinamento inicial e em serviço para educadores, bem como nas condições de emprego, embora esse progresso varie consideravelmente por região e grupo de renda. Isso melhora a qualidade da educação de adultos.

A Unesco declara que responder aos desafios contemporâneos, como as mudanças climáticas e a digitalização, exige cidadãos informados, treinados e engajados, ativos, que reconheçam tanto sua humanidade compartilhada quanto suas obrigações com outras espécies e com o planeta.

Assim, a agência da ONU afirma que a educação para a cidadania é uma ferramenta fundamental neste esforço. De acordo com o levantamento, cerca de três quartos dos países estão desenvolvendo ou implementando políticas relacionadas à educação para a cidadania.

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