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Cúpula militar jura lealdade ao novo presidente da Costa do Marfim

12 Abr 2011 - 17h35
Moradores tentam voltar à rotina em mercado em Abidjan nesta terça-feira - Crédito: Foto: ReutersMoradores tentam voltar à rotina em mercado em Abidjan nesta terça-feira - Crédito: Foto: Reuters
Os chefes militares que lutaram a favor do ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, juraram nesta terça-feira (12) lealdade a seu rival, Alassane Ouattara, que assumiu o governo.

Gbagbo foi capturado na véspera por forças apoiadas por tropas da França e da ONU.

Uma mensagem na TV fiel a Ouattara disse que Philippe Mangou, ex-chefe do gabinete militar, e todos os generais das três armas juraram lealdade a Ouattara.

Mangou teve uma reunião com o novo presidente nesta terça.

Gbagbo foi retirado da cidade de Abidjan, onde foi preso, segundo a ONU. Seu novo paradeiro não foi divulgado.

Ouattara prometeu que Gbagbo vai ser julgado no país e garantiu que sua integridade física vai ser respeitada.

Ouattara surge assim como líder do país, embora muitos analistas digam que isso pode não bastar para por fim aos combates que mancharam de sangue o maior produtor mundial de cacau nas últimas semanas.

\'Peço a meus compatriotas que se abstenham de todas as formas de represália e violência\', declarou Ouattara em discurso na tevê TCI no final da segunda-feira, pedindo \'uma nova era de esperança\'. \'Nosso país virou uma página dolorosa de sua história\', disse, exortando milicianos jovens entregues a saques a depor as armas e prometendo restaurar a segurança na nação afligida.

A violência étnica vicejou durante o prolongado cabo de guerra de Ouattara com Gbagbo, especialmente no oeste do país, com centenas de mortos dos dois lados do conflito resultantes das atrocidades de ambos contra civis, afirmam grupos de ajuda.

Ouattara disse que Gbagbo, sua esposa e auxiliares detidos enfrentarão a justiça. Mas também prometeu uma Comissão da Verdade e da Reconciliação nos moldes da África do Sul para esclarecer todos os crimes e abusos de direitos humanos.

Um final para o impasse pode pavimentar o caminho de uma rápida retomada da exportação de cacau, e aumenta as esperanças do pagamento já atrasado dos títulos Eurobond da nação, dizem analistas.

Na capital comercial Abidjan, onde as pessoas ficaram trancadas em casa com pouca água e comida durante os dez dias de embates, as forças de Ouattara se deparam com um desafio mais imediato.

Os estoques minguantes, assim como os frequentes cortes de energia e uma carência de medicamentos, alimentaram temores de um desastre humanitário a menos que as autoridades ajam rapidamente.

Como lembrete das tensões ainda fortes, moradores da vizinhança de Yopougon, no norte de Abidjan, disseram que milícias armadas continuam a vaguear pelas ruas.

\'Na noite passada houve disparos perto das 23h (horário local)\', afirmou Jacques Kouakou, um morador, à Reuters por telefone. \'Quando acordamos esta manhã, descobrimos que 14 jovens da vizinhança haviam sido mortos a tiros.\'

\'Ouattara precisa lidar com isso com cuidado, para administrar as tensões em casa, aplacar os apoiadores de Gbagbo e assim resolver não somente a disputa eleitoral, mas uma guerra civil que existe de fato há 10 anos\', disse Mark Schroeder, da consultoria de risco político Stratfor.

O pleito de novembro deveria ter posto fim à guerra civil de 2002-3 que dividiu o país. Em vez disso ele reacendeu o conflito, matando mais de mil pessoas e deslocando um milhão. O saldo final de mortes deve chegar aos milhares.

A legitimidade de Ouattara pode ser afetada pelas acusações de que suas forças mataram centenas enquanto varriam o país a caminho de Abidjan, o que seus auxiliares negam.
######(G1)

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