CPI cai ouvir primeiro os funcionários com acesso
às salas da Assembleia Legislativa do Paraná
- Crédito: Foto: Vinícius Sgarbe/ G1 PR
O presidente da Assembleia do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), anunciou a instalação da CPI que vai investigar os indícios de espionagem na Casa para a próxima quinta-feira (17). Uma varredura, feita por técnicos de segurança no começo de fevereiro, revelou sete locais suscetíveis ao monitoramento ilegal na sede do Legislativo. De acordo com o presidente, nenhum equipamento ilegal foi encontrado desde 6 de fevereiro.Os onze membros da CPI não estão definidos. Se até esta quinta-feira (16) as lideranças não indicarem nomes, o presidente fará a indicação.
Proponente e provável presidente da CPI, o deputado Marcelo Rangel (PPS) declarou que “[os grampos foram um] atentado ao poder legitimamente constituído”. Para ele, o Ministério Público (MP), as polícias Militar, Civil e Federal devem ser chamadas para acompanhar os trabalhos da Comissão. Disse ainda que devem ser ouvidos primeiro os funcionários que tinham acesso às salas onde os equipamentos estavam instalados.
Outros três pedidos de CPI correm simultaneamente. Elas serviriam para investigar irregularidades no Porto de Paranaguá, na empresa pública do Estado Paraná Previdência, e em casos de falências e concordatas suspeitos de fraude.
Rossoni prometeu para o dia 15 de março um balanço da nova administração da Casa. “Com o apoio da maioria dos deputados (...), vamos fazer uma prestação de contas jamais vista do Paraná”, disse.
Comissões
Fica também para a quinta-feira (17) a definição de quais deputados assumem as 19 comissões legislativas. Para a Comissão de Constituição e Justiça, a liderança do Democratas indicou na terça-feira (15) o ex-presidente da Assembleia deputado Nelson Justus (DEM). Ele deve ser o presidente.
Justus é investigado pelo Ministério Público desde abril de 2010 por improbidade administrativa. À época da presidência dele, foram descobertos funcionários fantasmas e “laranjas”, em um esquema de desvio de dinheiro público. Ele não quis dar entrevista.
Questionado quanto ao risco de descrédito da nova administração, com a nomeação de Justus, o presidente Rossoni disse que “a escolha é das lideranças. O trabalho [de reestruturação] independe das comissões. (...) Seria indelicado da minha parte fazer qualquer comentário”.
Por outro lado, Rossoni confirmou que a nomeação de Justus “gera uma contradição”. “Não interferi [na decisão], não participei e não vou participar. (...) Seja quem for, terá que se enquadrar”, garantiu.
(G1)