Mulheres protestam contra o governo do Iêmen nesta segunda-feira - Crédito: Foto: APCaças militares atacaram uma cidade no sul do país controlada pela rede terrorista da al-Qaeda e tropas abriram fogo contra manifestantes que pediam o fim do regime de 32 anos do presidente Ali Abdullah Saleh.
Apesar dos pedidos de potências globais e regionais para que renuncie, Saleh se recusa a assinar um acordo criado para transferir o poder e evitar uma guerra civil que pode desestabilizar a principal região produtora de petróleo no mundo.
Potências globais temem que o Iêmen se torne um Estado falido, medo que aumentou desde que a al-Qaeda e outros grupos islâmicos sitiaram a cidade de Zinjibar dias atrás.
Três soldados iemenitas foram mortos em uma emboscada próxima a Zinjibar na segunda-feira, disse uma autoridade de segurança do país, um dia depois que incidente semelhante vitimou seis soldados.
Moradores disseram que caças militares atacaram áreas com militantes ao redor de Zinjibar, mas também atingiram edifícios na cidade de 20 mil habitantes, matando ao menos 13 pessoas.
\"A cidade foi devastada. Todos os moradores a abandonaram. Mesmo os cães, os animais e os burros saíram de lá\", disse um membro da oposição que pediu para ser chamado de Ali.
Taez
Médicos em Taez disseram que soldados abriram fogo contra um protesto no domingo e atingiram manifestantes, matando pelo menos 15 e ferindo centenas em um ato classificado pelos Estados Unidos como \"ataque não-provocado e injustificado\".
A rede catariana Al Jazeera disse em uma reportagem sem fontes que 57 pessoas foram mortas em Taiz nos últimos dois dias.
Pelo menos 300 iemenitas morreram nos meses de protestos inspirados nos levantes que derrubaram os líderes da Tunísia e do Egito em janeiro e fevereiro.
Líderes da oposição acusaram Saleh de deliberadamente permitir que Zinjibar, no estratégico golfo de Áden, caísse nas mãos da al-Qaeda, em uma tentativa de mostrar o quão caótico o Iêmen pode ser sem a sua presença.
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, ambos alvos de ataques do braço da al-Qaeda no Iêmen, estão preocupados com o crescente caos no país e com a possibilidade de o grupo se fortalecer.
Os seis soldados foram mortos e dezenas deles ficaram feridos enquanto viajavam para Zinjibar. \"Civis encontraram um carro militar e um veículo blindado. Eles estavam destruídos e os corpos de seis soldados estavam na estrada\", disse Ayman Mohamed Nasser, editor-chefe do Attariq, o principal jornal oposicionista de Áden, em entrevista por telefone.
Várias centenas de militantes da al-Qaeda e islâmicos tomaram o controle da cidade dias atrás e estão enfrentando os moradores locais e os soldados do governo pelo controle.
Moradores de Zinjibar falaram à Reuters que energia e água foram cortadas e que vários civis estavam fugindo para cidades vizinhas.
Ativistas na cidade sulista de Áden disseram que os moradores que abandonaram Zinjibar estão hospedados em escolas, mesquitas e outros prédios públicos.
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