
O vice representante do secretário-geral das Nações Unidas para a República Democrática do Congo, RD Congo, revelou que rebeldes do M23 se aproximam da cidade de Bukavu, Kivu do Sul.
Falando na terça-feira a jornalistas, de Kinshasa, Bruno Lamarquis disse que a movimentação do M23 para a cidade com pelo menos 1,3 milhão de habitantes gera “enormes efeitos” entre a população civil.
Situação de segurança que continua volátil
Para ele, a situação de segurança e humanitária é “extremamente volátil” com a escalada de confrontos, dos deslocamentos em massa e da insegurança. O chefe humanitário acredita que a realidade tanto nas províncias do Kivu do Norte como Sul é de uma atuação do M23 que continua provocando fragilidade.
Além das baixas desse grupo rebelde apoiado pelo Ruanda, nesta terça-feira foi anunciada a morte de pelo menos 52 civis em Itúri após uma ofensiva do grupo armado Codeco.
Equipes da ONU realizam avaliações humanitárias em Rutshuru para ampliar resposta - Foto: Monusco/Nazar Voloshyn
No entanto, o avanço sem precedentes do M23 que este ano culminou com a captura da cidade de Goma, em 27 de janeiro, provocou 2,9 mil mortes e muitos feridos em “combates intensos”.
O grupo rebelde já controla a capital do Kivu do Norte e a “situação é continuamente tensa” desde a ocupação. Lamarquis falou de desafios humanitários acompanhados da restauração do Estado de direito na área “com legado de violações humanitárias grosseiras de direitos humanos e impunidade”.
Execuções sumárias e desaparecimentos forçados
Ativistas e jornalistas sofrem ameaças e relatam incidentes de execuções sumárias e desaparecimentos forçados. Muitos indivíduos da população de Goma continuam enfrentando uma “situação humanitária difícil”.
Na capital do Kivu do Norte e arredores, o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, confirma milhares de deslocados internos que se mudam novamente dos locais de acolhida para áreas onde não havia combates.
Mais de 110 mil desalojados que estão enfrentando essa situação chegaram a aldeias nos territórios de Masisi, Rutshuru e Nyiragongo.
Ocha reiterou que o regresso das populações desalojadas deveria ser voluntário - Foto: © Acnur/Guerchom Ndebo
Desde a semana passada, equipes da ONU realizam avaliações humanitárias em Rutshuru para planejar uma melhor resposta.
Ultimato de 72 horas
A preocupação é com um ultimato de 72 horas dado pelos representantes do M23 a deslocados que viviam em locais e centros coletivos em Goma para que saíssem e retornassem às suas aldeias.
Em declaração anterior, o M23 explicou que “apoia e encoraja totalmente os retornos voluntários, mas não obrigava ninguém a retornar sem garantias de segurança”.
O Ocha reiterou que o regresso das populações desalojadas deveria ser voluntário e em condições seguras, esclarecidas e dignas, de acordo com o direito internacional humanitário.
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