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Genética

Cientistas chineses dizem ter criado os primeiros bebês geneticamente modificados

28 Nov 2018 - 08h50Por da Redação
Cientistas chineses dizem ter criado os primeiros bebês geneticamente modificados - Crédito: Mark Schiefelbein/AP Crédito: Mark Schiefelbein/AP

Um cientista da Universidade de Shenzhen (sul da China), He Jiankui, e sua equipe, afirmam ter criado os primeiros bebês geneticamente modificados. Os bebês, Lulu e Nana, duas meninas nascidas há “várias semanas”, estão em perfeito estado de saúde, diz o geneticista, He Jiankui, que usou a técnica de edição de genes conhecida como CRISPR para modificar um gene e tornar as gêmeas resistentes contra o vírus que causa a AIDS.

A polêmica afirmação de He não pôde ser comprovada. A pesquisa não foi publicada em nenhuma revista científica especializada, onde deveria ter sido submetida à análise de outros especialistas.

Em um vídeo postado no YouTube, um sorridente He explica em um laboratório que “duas encantadoras gêmeas chineses, Lulu e Nana, nasceram nas últimas semanas em excelente estado de saúde, para a alegria da mãe, Grace, e do pai, Mark”. O pai, explica He, é portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, e nunca pensou que poderia procriar.

Segundo o especialista, que está em Hong Kong nesta semana para participar de um evento sobre ética da manipulação genética, as meninas foram concebidas por inseminação artificial. Depois da fecundação, a equipe científica injetou os reagentes CRISPR no embrião para inibir o gene CCR5. O objetivo era modificar o gene que o vírus usa como porta para entrar no sistema imunológico humano.

Ao longo do desenvolvimento de embriões, primeiro em laboratório e depois implantados no útero da mãe, os especialistas verificaram várias vezes, sequenciando o código genético dos fetos, que tudo estava se desenvolvendo como deveria e as meninas não apresentavam mais mutações além da prevista. “Nenhum outro gene apresentou mudanças”, diz He. A comprovação foi repetida depois do nascimento, anunciado originalmente em uma entrevista exclusiva à agência AP e em um artigo na MIT Technology Review.

De acordo com a AP, os pais de Lulu e Nana não são os únicos que se submeteram aos seus testes. Seis outros casais, nos quais o homem é soropositivo, também aceitaram o programa, o que abre a possibilidade de que as duas meninas não sejam as únicas geneticamente modificadas.

O geneticista, formado nos Estados Unidos e que retornou à China graças a um programa para atrair talentos educados no exterior, diz estar ciente da polêmica que sua iniciativa vai despertar. Mas, diz, não lhe parece que isso apresente problemas éticos. Tudo o que fez, afirma, foi “abrir uma igualdade de oportunidades para ter famílias saudáveis”.

E as críticas já começaram a chover. O teste teria sido impossível sob a lei norte-americana e ilegal sob as normas europeias. Mas na China as regulações não são tão rigorosas. O país foi o primeiro a modificar genes de embriões humanos (não viáveis) e de macacos com a CRISPR.

 

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