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Brasileiro, porta-voz do Ocha, relata drama de ucranianos evacuados de Mariupol

Saviano Abreu contou que muitas pessoas só comiam uma vez ao dia, muitos optaram por ficar na Ucrânia mesmo com a guerra

10 Mai 2022 - 21h00Por ONU News
Civis de Mariupol deixam região após mais de dois meses sitiados - Crédito: © UNOCHA/Kateryna KlochkoCivis de Mariupol deixam região após mais de dois meses sitiados - Crédito: © UNOCHA/Kateryna Klochko

A terceira operação de evacuação de civis na região de Mariupol, na Ucrânia, termino no domingo. Os trabalhos coordenados pela ONU e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, têm o apoio das partes em conflito: Rússia e Ucrânia.  

Um dos funcionários da ONU ajudando no processo é o brasileiro Saviano Abreu, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha. De Zaporizhzhya, ele contou à ONU News o drama das pessoas que ficaram mais de dois meses sem ver a luz do dia.

Medo e fome 

“O principal impacto é exatamente o impacto psicológico na vida dessas pessoas. Estamos falando de pessoas que ficaram dentro de um bunker, de um refúgio subterrâneo por mais de dois meses. Elas não puderam ter um acesso à água potável, de maneira adequada, por dois meses e muitas delas nos contaram que só comiam uma vez ao dia. E ainda por cima ter os barulhos, os estrondos das bombas, da guerra acontecendo, lá do lado de fora, sem exatamente saber o que estava acontecendo. Elas saíram deste lugar e só então foram descobrir com detalhes o que tinha acontecido do lado de fora e descobrir que a cidade de Mariupol está completamente destruída.” 

Segundo Saviano Abreu, a evacuação de áreas em conflito é uma decisão voluntária. Existem pessoas que optam por permanecer nessas regiões. 

Futuro  

Ele explica que assim que são retirados, os civis recebem assistência psicológica e a primeira refeição preparada para eles.  

“Na chegada aqui em Zaporizhzhya, também tem uma assistência imediata com alimentação, com um prato de comida quente, que são coisas que a maioria deles não puderam ter nos últimos dois meses, além de água e produtos de higiene. E aí também tem aconselhamento para conseguirem decidir, ou ter as oportunidades de decidir para onde querem ir. A gente lembra que o processo de evacuação é voluntário. Cada pessoa que sai de Mariupol ou sai de Azovstal, elas decidiram sair, elas decidiram vir para cá.” 

O porta-voz do Ocha explica que existem abrigos disponíveis em Zaporizhzhya e também orientações e apoio para quem deixa a Ucrânia.  

De acordo com Saviano Abreu, as partes em conflito garantem que já não há mais civis na siderúrgica de Azovastal.  

ONU e Cruz Vermelha continuam organizando mais operações de evacuação de civis em Mariupol e arredores.  

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