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DOURADOS - O Brasil deverá colher 68 milhões de toneladas de soja na temporada 2010/11, em uma área plantada de 24,1 milhões de hectares, segundo estimativas da AgraFNP. Em relação à safra anterior, o País colheu 68,7 milhões de toneladas, em área de 23,5 milhões de hectares. De acordo com o analista da AgraFNP, Aedson Pereira, o menor rendimento/hectare para a próxima safra é atribuído ao ritmo de plantio, que começou atrasado em boa parte do País, em vir-tude de irregularidade nas precipitações.
Além disso, o fenômeno climático La Niña, que provocou chuvas no nordeste e estiagem no sul durante todo o ano de 2010, ainda preocupa o produtor para a próxima safra. “Com o La Niña na safra 2010/11, os produtores devem estar atentos para possibilidades de chuvas durante a colheita e maior incidência de ferrugem nas Regiões Centro Oeste e Nordeste. Já na Região Sul, é possível que ocorra longos períodos de estiagem”, diz Pereira.
Mesmo assim, a AgraFNP segue projetando ganhos acima da média histórica para os rendimentos da oleaginosa, mantendo a produtividade nacional em 47 sacas por hectare, mas abaixo do índice de 48,8 sacas por hectare verificado na temporada 2009/10, quando as condições foram excepcionais.
O Mato Grosso, maior estado produtor do grão, deve ter menor disponibilidade de soja nas primeiras semanas de janeiro. No ano anterior, durante o mês de janeiro, o volume de soja colhido foi próximo de cinco milhões de toneladas. Na temporada atual, a projeção da AgraFNP é de que este seja de um milhão. Em decorrência disso, o plantio de milho safri-nha será atrasado.
Em contrapartida, no Paraná, segundo maior produtor de soja, o plantio evoluiu em ritmo expressivo, uma vez que as condições de umidade no solo foram favoráveis. No oeste do estado, a colheita será antecipada, fazendo com que as sementes do milho safrinha cheguem mais cedo à terra, evitando problemas climáticos característicos como seca e geada.
Assim, segundo a AgraFNP, a produção no Estado para 2010/11 será de 14,2 milhões de hectares ante a 14,1 na safra passada. A área também deve ser maior, de 4,7 milhões de hectares ante a 4,5 milhões de hectares no período anterior. “As lavouras estão entrando em fase de floração e enchimento de grão [período de maior necessidade de umidade], entretanto, com o La Niña, o índice de precipitação tende a diminuir no início de janeiro, o que preocupa o produtor”, alerta Pereira.