Dourados – MS quinta, 28 de março de 2024
26º
Renove sua CNH
ECONOMIA

BC: queda da inflação está em velocidade aquém da pretendida

26 Jul 2016 - 09h37
Foto: Reprodução - Foto: Reprodução -
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), considera que houve progressos no combate à inflação, mas esse processo está em velocidade "aquém da almejada". A informação consta das Notas da 200ª reunião do Copom, realizada nos últimos dias 19 e 20. No documento hoje (26) divulgado, o comitê detalha os motivos que levaram o colegiado a manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano.

No documento, o comitê diz que o cenário básico é de desinflação na economia brasileira nos próximos anos. Para 2016, as projeções do BC e do mercado apontam inflação em torno de 6,75%. Para 2017, a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% é uma expectativa do BC, mas no mercado a projeção de desinflação "ocorre em velocidade aquém da perseguida pelo comitê". Essas projeções são elaboradas com base em dois cenários: o de referência, do BC, feito levando em consideração a atual taxa Selic e câmbio, e o de mercado, em que são consideradas projeções das instituições financeiras para a taxa básica e o câmbio.

Debate

No debate entre os membros do Copom (diretores e presidente do BC), houve ênfase sobre o aumento recente dos preços de alimentos e a discrepância de aproximadamente 0,5 ponto percentual entre as expectativas de inflação apuradas na pesquisa Focus, feita junto a instituições financeiras todas as semanas, e as estimativas do comitê para 2016.

Em horizonte mais longo, diz o documento, os membros do Copom debateram sobre os impactos no nível de ociosidade na economia e da inflação ainda elevada. "Alguns membros ponderaram que, diante da desaceleração econômica observada até aqui, esperava-se uma queda maior da inflação. Outros membros chamaram a atenção para a desinflação de serviços já observada. Alguns membros do comitê esperam que os efeitos desinflacionários do nível de ociosidade na economia ainda possam vir a se manifestar de maneira mais intensa", observou.

Taxa Selic

O Copom concluiu o atual cenário indica não haver espaço para flexibilização da política monetária, ou seja, não há espaço para corte da Selic. O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação. Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006.

Cenário externo

De acordo com o documento, alguns membros do Copom "mostraram-se relativamente otimistas no curto prazo em relação ao ambiente para ativos de economias emergentes". A avaliação é que os mercados financeiros reagiram positivamente aos estímulos adicionais de bancos centrais, após a decisão em referendo de saída do Reino Unido da União Europeia. Entretanto, todos os membros do Copom avaliaram que há riscos de médio e longo prazo associados à fragilidade da recuperação da economia global.

Preços administrados

A projeção do BC para o conjunto de preços administrados por contratos ou monitorados é 6,6%, em 2016, com redução de 0,2 ponto percentual em relação à projeção divulgada em junho deste ano. Para 2017, a estimativa é 5,3%, 0,3 ponto percentual acima da projeção do mês passado.

Mudanças

Nessa primeira reunião do Copom, sob o comando do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldjafn, foram anunciadas mudanças na divulgação das decisões do colegiado. No dia de anúncio da decisão do Copom, na última quarta-feira, a nota passou a ser divulgada exclusivamente no site do BC, imediatamente após o término da reunião, a partir das 18 horas. Anteriormente, além da publicação no site, o BC anunciava a decisão para jornalistas.

O BC também mudou o formato dessa nota e da ata da reunião, divulgada hoje. O objetivo é deixar as informações mais claras. Também foi alterado o dia de divulgação da ata, que era às quintas-feiras da semana seguinte à reunião. Agora o documento é divulgado às terças-feiras.

Ao assumir o cargo, em junho, Goldfajn disse que um "elemento essencial" na atuação do BC em relação à taxa básica de juros, a Selic, e a inflação é "a comunicação contínua com a sociedade". O presidente do BC defendeu que a "comunicação precisa ser simples, direta e concisa de modo a transmitir da melhor forma a visão do Banco Central, inclusive, as incertezas quanto à perspectiva e diferentes trajetórias para a conjuntura econômica", disse. "A comunicação do Banco Central precisa também deixar claras as condições necessárias para as perspectivas apresentadas", acrescentou.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Nações Unidas apoiam transferência de pacientes após ataque a hospital em Gaza
Paz e segurança

Nações Unidas apoiam transferência de pacientes após ataque a hospital em Gaza

há 9 minutos atrás
Nações Unidas apoiam transferência de pacientes após ataque a hospital em Gaza
ONU pede medidas ousadas para enfrentar a situação "cataclísmica" no Haiti
Direitos humanos

ONU pede medidas ousadas para enfrentar a situação "cataclísmica" no Haiti

28/03/2024 18:45
ONU pede medidas ousadas para enfrentar a situação "cataclísmica" no Haiti
Síria vive nova escalada do conflito com Isil recuperando força
Paz e segurança

Síria vive nova escalada do conflito com Isil recuperando força

27/03/2024 22:45
Síria vive nova escalada do conflito com Isil recuperando força
Relatora da ONU vê "motivos razoáveis" para apontar genocídio em Gaza
Paz e segurança

Relatora da ONU vê "motivos razoáveis" para apontar genocídio em Gaza

27/03/2024 21:45
Relatora da ONU vê "motivos razoáveis" para apontar genocídio em Gaza
Falta de combustível ameaça operação em hospitais em meio ao conflito em Gaza
Paz e segurança

Falta de combustível ameaça operação em hospitais em meio ao conflito em Gaza

27/03/2024 20:45
Falta de combustível ameaça operação em hospitais em meio ao conflito em Gaza
Últimas Notícias