Dourados – MS segunda, 09 de setembro de 2024
26º
ODS

Automação e IA podem compensar queda de receitas de trabalhadores

OIT revela que rendimento global do trabalho diminui, colocando pressão ascendente sobre a desigualdade

04 Set 2024 - 21h45Por ONU News
Uma das principais recomendações das Perspectivas do Mercado Global de Trabalho é uma intervenção política dos governos diante dos avanços na IA generativa - Crédito: Domínio PúblicoUma das principais recomendações das Perspectivas do Mercado Global de Trabalho é uma intervenção política dos governos diante dos avanços na IA generativa - Crédito: Domínio Público

Um estudo das Nações Unidas destaca que houve uma queda de 0,6% na renda do trabalho global de 2019 a 2022. A análise realizada em 36 países revela que, desde então, o nível permaneceu estável aumentando a pressão sobre a desigualdade.

O relatório Perspectivas do Mercado Global de Trabalho recomenda que os países criem políticas abrangentes para garantir que os benefícios do progresso tecnológico sejam amplamente compartilhados.

Automação e inteligência artificial

A publicação da Organização Internacional do Trabalho, OIT, indica que a tendência global de redução de salários em economias altamente industrializadas pode ser impulsionada, pelo menos temporariamente. As sugestões são acelerar o uso de inovações tecnológicas como automação e inteligência artificial.

Para a vice-diretora-geral da OIT, Celeste Drake, “mesmo que os trabalhadores contribuam para uma economia global crescente, eles estão levando para casa uma parcela menor desse aumento”. Ela alertou que tem diminuído a parcela global da renda do trabalho, ou a proporção total do rendimento global que vai para os trabalhadores. Drake defende que essa situação seja alterada “porque está aumentando a desigualdade, o que terá um efeito desproporcional sobre os trabalhadores.”

Relatório revela ainda uma queda modesta no nível global de jovens não empregados Relatório revela ainda uma queda modesta no nível global de jovens não empregados - Foto: © OIT/Marcel Crozet

 

O declínio aparentemente modesto na receita representa um déficit anual na renda de cerca de US$ 2,4 trilhões e segue a queda a longo prazo de 1,6% prevista para o período entre 2004 e 2024. Quase 40% dessa redução aconteceu nos três anos da pandemia, entre 2020 e 2022.

Produção laboral por hora

O estudo revela que embora a produção tenha aumentado nas últimas duas décadas, o rendimento não acompanhou esse ritmo. Entre 2004 e 2024, a produção laboral por hora aumentou em 58%.

Para o chefe da Unidade de Produção e Análise de Dados da OIT, Steven Kapsos, “essa é uma tendência muito positiva e uma grande produção”. No entanto, no mesmo período, o ganho aumentou apenas 53%.

Uma das principais recomendações das Perspectivas do Mercado Global de Trabalho é uma intervenção política dos governos diante dos avanços na IA generativa que “poderia exercer mais pressão descendente” sobre os salários.

Nesse sentido é essencial “um esforço dos países para reduzir essas desigualdades de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, quando se em meio a lentas perspectivas econômicas em nível global.

Tendência de aumento da desigualdade até 2030

Com a redução dos níveis de inflação nos últimos dois anos, a renda do trabalho estagnou afetando a recuperação.

A OIT sugere aos governos que superem essa tendência de aumento da desigualdade até 2030 de forma alinhada aos ODS, com medidas incluindo proporcionar proteção social universal aos trabalhadores e um salário-mínimo decente.

Entre 2004 e 2024, a produção laboral por hora aumentou em 58%Entre 2004 e 2024, a produção laboral por hora aumentou em 58% - Foto: © OIT

 

Drake sugere a promoção de políticas nacionais de apoio à liberdade de associação e o reconhecimento da negociação coletiva “para que trabalhadores e empregadores possam negociar como compartilhar esses ganhos de produtividade.”

Queda modesta no nível global de jovens não empregados

O relatório revela ainda uma queda modesta no nível global de jovens não empregados de 21,3% em 2015 para os 20,4% observados neste ano.

O mundo árabe apresenta um terço dos desempregados, a proporção mais alta do mundo. A seguir está África com quase um quarto, um nível que se mantém inalterado por duas décadas.

A falta de emprego na região da Ásia e Pacífico afeta um quinto dos integrantes desta faixa etária, quase o mesmo patamar que a América Latina e Caribe. Já na Europa e na Ásia Central, a proporção é de um sexto. Por último está a América do Norte com mais de 10%.

Entre jovens do sexo feminino, o desemprego afeta quase um terço e continua mais do dobro do nível entre os do sexo masculino.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Banco Mundial aborda conexão entre ensino-alterações climáticas para o futuro
Cultura e Educação

Banco Mundial aborda conexão entre ensino-alterações climáticas para o futuro

08/09/2024 20:30
Banco Mundial aborda conexão entre ensino-alterações climáticas para o futuro
Relatório de peritos aponta "violações terríveis dos direitos humanos" no Sudão
Paz e segurança

Relatório de peritos aponta "violações terríveis dos direitos humanos" no Sudão

06/09/2024 20:45
Relatório de peritos aponta "violações terríveis dos direitos humanos" no Sudão
ONU vacina 355 mil crianças contra a pólio em Gaza
Saúde

ONU vacina 355 mil crianças contra a pólio em Gaza

06/09/2024 19:45
ONU vacina 355 mil crianças contra a pólio em Gaza
Nações Unidas apontam parceria China-África como "um pilar da Cooperação Sul-Sul"
ODS

Nações Unidas apontam parceria China-África como "um pilar da Cooperação Sul-Sul"

05/09/2024 22:45
Nações Unidas apontam parceria China-África como "um pilar da Cooperação Sul-Sul"
Estudo revela que variação na incidência de câncer de próstata indica excesso de diagnóstico
Europa

Estudo revela que variação na incidência de câncer de próstata indica excesso de diagnóstico

05/09/2024 21:45
Estudo revela que variação na incidência de câncer de próstata indica excesso de diagnóstico
Últimas Notícias