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Ativistas aumentam pressão contra Mubarak no Egito

09 Fev 2011 - 18h35
Palestino fazem protesto contra Mubarak na cidade
de Gaza nesta quarta-feira - Crédito: Foto: APPalestino fazem protesto contra Mubarak na cidade de Gaza nesta quarta-feira - Crédito: Foto: AP
Ativistas antigoverno pediram nesta quarta-feira (9) à população que intensificasse os protestos contra o regime de Hosni Mubarak, no 16º de manifestações de rua contra o governo do Egito.

Centenas de manifestantes tentavam bloquear a entrada do Parlamento, no Cairo.

Militares e veículos blindados vigiavam o edifício do Parlamento, que é dominado pela bancada do Partido Nacional Democrata (PND), do contestado Mubarak.

Os manifestantes sentaram diante do edifício para impedir a entrada no local, próximo da Praça Tahrir, no centro da capital, ocupada por manifestantes há duas semanas.

\"Viemos para impedir a entrada dos membros do PND. Ficaremos até que nos dêem o que pedimos. Se não, morreremos aqui\", disse à France Presse Mohamed Abdalah, de 25 anos, enquanto os manifestantes gritavam frases contra Mubarak e mostravam bandeiras egípcias.

Milhares de pessoas amanheceram na Praça Tahrir.

Ao mesmo tempo, o governo insistiu em que está comprometido com uma transição real de poder no país conflagrado e alertou para um suposto risco de \"golpe\" caso a oposição insista em exigir uma transição imediata, com a renúncia de Mubarak, de 82 anos.

O Egito deve discutir as \"orientações\" políticas do futuro chefe de Estado, afirmou em entrevista o vice-presidente Omar Suleiman, encarregado de negociar com os oposicionistas.

\"O presidente Mubarak é favorável a uma verdadeira transferência do poder, não há nenhum problema\", disse Suleiman a jornalistas da imprensa oficial.

Pressionado, Mubarak já havia anunciado que não vai ser candidato a um sexto mandato nas eleições previstas para setembro.

\"Mas é preciso pensar no futuro do Egito, e em quem vai conduzir o país para o futuro, não a pessoa, e sim suas qualificações e orientações políticas\", afirmou, em uma provável mensagem aos jovens e à Irmandade Muçulmana.

Ele disse temer que, se a transição não for feita com cuidado, o país pode sofrer um golpe de estado.

Irmandade nega querer o poder
A Irmandade Muçulmana, principal força de oposição no Egito, assegurou que não busca o poder, apesar de seus inúmeros pedidos para que Mubarak.

\"A Irmandade Muçulmana não busca o poder. Não queremos participar no momento (...). Não queremos apresentar um candidato à presidência\" (nas eleições previstas para setembro), afirmou Mohamed Mursi, um alto dirigente do movimento islâmico, em entrevista no Cairo. \"

#####Mortes no sul
Fontes de segurança e a TV estatal informaram que três pessoas morreram e várias sofreram ferimentos a bala em choques com a polícia em uma província desértica distante do Cairo na terça e na quarta-feira, no primeiro confronto sério desde que o \'Dia de Ira\', em 28 de janeiro, levou ao envio do Exército às ruas.

Os manifestantes morreram quando forças de segurança entraram em choque com 3.000 pessoas no Vale Novo, uma província a 500 quilômetros do Cairo e que tem um oásis no deserto.

Desde o início das manifestações, pelo menos 300 pessoas morreram e 5 mil ficaram feridas no país, de acordo com levantamento da ONU.

#####Concessões

O governo vem fazendo uma série de concessões à oposição, mas elas estão sendo recebidas com ceticismo pelos diversos grupos, que insistem na saída imediata de Mubarak.

O governo do Egito libertou 34 presos políticos nesta terça, informou a agência de notícias estatal. São os primeiros libertados desde que Mubarak começou a prometer reformas.

O presidente Mubarak também criou uma comissão para reformar a Constituição, anunciou também na terça o vice-presidente Suleiman.

Suleiman também afirmou que o Egito tem um plano e um cronograma para a transferência pacífica de poder.

Ele reiterou que o governo não perseguirá os manifestantes que pedem a queda do presidente.

\"O presidente recebeu bem o consenso nacional, confirmando que estamos colocando nossos pés no caminho certo para sairmos da crise atual\", disse o vice na TV estatal após encontro com Mubarak.

Na segunda, o governo havia anunciado um aumento de 15% nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias. O novo gabinete ministerial -em sua primeira reunião completa- prometeu investigar casos de fraude eleitoral e corrupção no serviço público.

O ministro das Finanças, Samir Radwan, disse que os aumentos vão custar US$ 960 milhões e vão valer a partir de abril, para mais de 6 milhões de pessoas.

No passado, o funcionalismo público foi um dos pilares de sustentação do regime, mas ele ficou minado por conta das recentes crises financeiras.

#####Mubarak recebe emissário russo
Mubarak recebeu nesta quarta o enviado da Rússia para o Oriente Médio, Alexander Sultanov, segunda personalidade estrangeira com que se reúne desde o começo dos protestos.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, se pronunciou no sábado a favor de um diálogo entre as diferentes partes para resolver a crise no Egito.

Mubarak se reuniu na véspera com o chefe da diplomacia dos Emirados Árabes Unidos, Abddulah ben Zayed al Nahyane.

(G1)

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