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Paz e segurança

Ataque em escola da ONU em Gaza causa dezenas de mortes

Bombardeio atingiu instalação no campo de refugiados de Jabalia, localizado no norte da Faixa de Gaza

18 Nov 2023 - 22h00Por ONU News
Famílias abrigadas numa escola da Unrwa recolhem colchões  - Crédito:  Unicef/Hassan Islyeh  - arquivoFamílias abrigadas numa escola da Unrwa recolhem colchões - Crédito: Unicef/Hassan Islyeh - arquivo

Um ataque a uma escola da Agência da ONU para refugiados palestinos, Unrwa, em Gaza causou dezenas de mortes neste sábado. Al-Fakhoora, assim como diversas outras instalações da ONU, abrigam deslocados em Gaza desde o início da violência em outubro.

O chefe da entidade, Philippe Lazzarini, afirmou em comunicado que há imagens de dezenas de pessoas mortas e feridas no local. A instalação da ONU fica no campo de refugiados de Jabalia, localizado no norte da Faixa de Gaza.

Proteção a civis

Para ele, os ataques não podem se tornar algo comum. “Um cessar-fogo humanitário não pode esperar mais”, ressaltou.

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, disse em suas redes sociais que há relatos de crianças e civis sendo mortos em Gaza – mais uma vez – enquanto se abrigam em uma escola que deveria ser um local seguro.

Ela destacou a necessidade de parar “com a matança, a destruição e o sofrimento”, e acabar com "esse pesadelo que as crianças estão vivendo".

A diretora regional da agência para o Oriente Médio e Norte da África, Adele Khader, adicionou que as “cenas de morte e destruição após os ataques às escolas Al Fakhoura e Tal al-Zaatar de Gaza – que mataram muitas crianças e mulheres – são horríveis e de partir o coração”.

Ela enfatizou a necessidade de parar esses ataques imediatamente, ressaltando que “crianças, escolas e abrigos não são um alvo”.

“Humanidade deve prevalecer”

O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, disser ser "trágica a notícia de crianças, mulheres e homens sendo mortos enquanto se abrigavam na Escola Al-Fakhoura, no norte de Gaza".

Segundo o chefe humanitário da ONU, os abrigos são locais de segurança e as escolas são locais de aprendizagem. “Os civis não podem nem devem continuar a tolerar esta situação. A humanidade deve prevalecer", reforçou.

Entrada de combustível

Também neste sábado, o chefe da Unrwa anunciou que, após várias semanas de atraso, as autoridades israelenses aprovaram a entrada de combustível diariamente para as operações humanitárias em Gaza. No entanto, foi permitida apenas a metade da quantidade mínima necessária.

A Unrwa explica que o volume está “muito longe de ser suficiente para cobrir as necessidades das usinas de dessalinização, bombas de águas residuais, hospitais, bombas de água em abrigos, caminhões de ajuda, ambulâncias, padarias e redes de comunicação, para que funcionem sem interrupção. 

Necessidades básicas

Sem a quantidade total de combustível, a população terá apenas dois terços de suas necessidades diárias de água potável limpa. Além disso, grandes áreas de Gaza continuarão inundadas por esgoto, aumentando o risco de doenças.

A Unrwa adiciona que 70% dos resíduos sólidos não serão eliminados, representando um sério perigo para a saúde, e deve haver um número reduzido de caminhões de ajuda atravessando diariamente Rafah.

A agência da ONU afirma que as organizações humanitárias não deveriam ser forçadas a tomar “decisões difíceis entre atividades que competem para salvar vidas”. 

Segundo a Unrwa, é provável que as tensões comunitárias aumentem em uma sociedade antes muito unida, o que tornará ainda mais difícil a atuação da ONU e outras organizações em um ambiente de crise humanitária sem precedentes.

Os representantes da Unrwa solicitam "uma entrega adequada, regular e incondicional de combustível para manter todas as nossas atividades críticas para salvar vidas na Faixa de Gaza".

"A ajuda humanitária não pode estar condicionada e não deve ser usada para fins políticos ou militares", conclui a agência.

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