O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak - Crédito: Foto: AP
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recompensou nesta terça-feira (18) o seu ministro da Defesa, Ehud Barak, por ter rompido com o Partido Trabalhista, dando quatro ministérios ao grupo de cinco dissidentes.Barak e quatro aliados deixaram na segunda-feira o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que foi a principal agremiação política de Israel durante décadas, mas nos últimos anos se viu reduzido a membro minoritário na coalizão centro-direitista comandada por Netanyahu.
A deserção eliminou a possibilidade de que um rival esquerdista sucedesse Barak como líder trabalhista e retirasse o partido inteiro da coalizão, o que poderia derrubar o governo.
Os trabalhistas --que ficaram com apenas oito representantes no Parlamento-- reagiram à saída de Barak apresentando a demissão de seus três ministros restantes. Mas Netanyahu, com a ajuda de seu aliado, continua controlando 66 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento).
Pelo acordo selado na terça-feira, Barak manteve seu cargo na Defesa, e outro dissidente que já estava no ministério permaneceu. Além disso, Netanyahu deu dois ministérios deixados pelos trabalhistas para membros da nova facção de Barak, chamada Atzmaut (Independência). O quinto dissidente recebeu a presidência de uma comissão parlamentar.
\"Temos um acordo\", disse uma porta-voz do partido direitista Likud, de Netanyahu, em comunicado a jornalistas.
Agora, Barak controla apenas um ministério a menos do que o trabalhismo possuía antes da cisão, apesar de comandar uma bancada parlamentar que tem menos de metade do tamanho.
A saída de Barak agrava ainda mais a crise no partido que governou Israel ininterruptamente desde sua fundação até 1977, e em vários outros períodos desde então. Mas o apoio popular ao trabalhismo caiu fortemente na última década, refletindo o fracasso no processo de paz com os palestinos, promovido na década de 1990 sob a liderança dos líderes Yitzhak Rabin e Shimon Peres.
Barak foi o último primeiro-ministro trabalhista, entre 1999 e 2001. Caiu por não ter conseguido concluir a paz com os palestinos, e sua decisão de aderir à coalizão de Netanyahu, em 2009, frustrou muitos trabalhistas \"históricos\".
Vários analistas criticaram a nova manobra de Barak na imprensa. Ari Shavit, do \"Haaretz\", disse que foi um \"gesto feio\"\' Ofer Shelah, no \"Maariv\", descreveu o ministro como um \"homem de destruição\", que \'esmagou o que restava de confiança no processo de paz e destruiu o Partido Trabalhista.
(G1.com)