Por telefone, o adolescente disse que se sente melhor e que pretende voltar à escola na segunda-feira. A mãe dele está revoltada porque o professor não ficou preso. "Quando vi no jornal que ele estava solto, fiquei mais revoltada ainda! Ele tinha que pagar pelo que ele fez!", afirma.
A indignação da mãe do adolescente é ainda maior ao ver o filho machucado e envergonhado. "Ele está quieto, no canto dele, diferente do normal. O rosto está inchado, acho que ele está com vergonha. Não sei qual vai ser minha reação se encontrar esse professor. Não tenho estrutura para conversar com o homem que espancou meu filho. Crio meus filhos sozinha e nunca agredi nenhum deles. É uma revolta muito grande", desabafa.
Segundo o diretor Fernando Luiz, o adolescente foi liberado das aulas até segunda-feira. A escola vai disponibilizar, por meio da Secretaria de Educação, acompanhamento psicológico para o aluno. O diretor explicou também que o professor é, na verdade, um monitor voluntário, que não tem formação superior para dar aulas.
"O monitor não tem vínculo com a prefeitura, é voluntário de um projeto e dá ofina na escola há dois anos. Como houve esse incidente, ele foi automaticamente desligado do projeto", afirma Fernando Luiz.
Professor pagou fiança de um salário mínimo
O professor, de 27 anos, pagou fiança de um salário mínimo no final da tarde desta quarta-feira (20) e foi liberado. Ele confessou a agressão, na delegacia.
De acordo com o professor, o aluno estava ouvindo música no celular e não desligou o aparelho quando solicitado. "Eu pedi pra ele desligar o celular e ele fez 'bullying' comigo, me chamou de gordo. Eu tentei imobilizá-lo e ele me deu um soco. Eu acertei ele também", disse.
Agressão é injustificável, diz psicóloga
Para a psicóloga Bárbara Oliveira, a agressão é injustificável. "Quando chega ao ponto da agressão física é a demonstração de falta de limite do ser humano. Da falta de limite em se controlar e em respeitar o outro", afirma.