Com a escalada do conflito no Oriente Médio, a agência da ONU para Migrações, OIM, uniu-se ao governo brasileiro para salvar vidas e proteger pessoas em movimento no Líbano. No Brasil, a agência também está trabalhando com organizações parceiras para apoiar quem é repatriado.
Entre as contribuições estão a entrega de assistência, serviços e proteção a pessoas deslocadas internamente, e o apoio às autoridades locais e parceiros.
Recepção e integração
De acordo com dados do governo brasileiro, já foram resgatados mais de 2 mil brasileiros e familiares da zona de conflito, no Líbano. O Brasil abriga a maior comunidade de libaneses no mundo. E muitos libaneses que moram no Líbano, em áreas como o Vale do Becá, têm dupla nacionalidade.
A OIM no Brasil está ajudando a receber quem chega com entrevistas para avaliar necessidades de proteção, documentação, assim como acompanhar até o destino desejado.
A agência da ONU também atua com as redes pública e privada para atendimentos de integração, entre outros encaminhamentos que possam ser posteriormente identificados.
De acordo com dados do governo brasileiro, já foram resgatados mais de 2 mil brasileiros e familiares da zona de conflito, no Líbano - Paulo Pinto/Agência Brasil
Brasileiros resgatados de Gaza
A ação é similar à de novembro de 2023, quando a OIM apoiou o governo federal na repatriação de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza, construindo operações e logísticas para o movimento e desembarque no Brasil.
Além de suporte técnico para a identificação do perfil socioeconômico das famílias, assim como o que precisam para assistência e proteção.
A fim de garantir um processo de reintegração sustentável, a OIM também apoiou a articulação com as comunidades e redes locais de serviços e assistência, nas cidades de destinos das famílias que voltavam ao país, para que recebessem atendimento personalizado.
Proteção de civis
A diretora-geral da agência, Amy Pope, afirmou estar profundamente alarmada com a escalada militar no Líbano, que matou centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Para ela, "o bem-estar dos civis e a proteção da infraestrutura relacionada devem ser respeitados, de acordo com o direito humanitário internacional e a Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pede paz e estabilidade na região.”
Acordo de cooperação
A operação está sendo coordenada pelo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, MDS, em conjunto com Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Defesa, Ministério da Saúde e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
A OIM e o MDS firmaram acordo de cooperação em 2021 visando aprimorar as ações de proteção e de integração socioeconômica de pessoas migrantes em situação de vulnerabilidade e das comunidades de acolhida.
As duas organizações trabalham em estreita colaboração desde 2018 com o lançamento da Operação Acolhida, resposta do governo brasileiro frente ao fluxo de pessoas da Venezuela.