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Editorial

Energia elétrica

03 Fev 2016 - 09h53
Energia elétrica -
Dentre os diversos “pesadelos” que acompanham o brasileiro desde 2015 está o da conta de energia. Se não bastasse a recessão, a crise econômica, o desemprego, a inflação e o medo de perder o emprego com certeza o brasileiro passou a temer desde 2015 a chegada da conta de energia elétrica.


Por mais que as pessoas economizem ninguém sabe ao certo o que as empresas de energia vão cobrar, pois a palavra final é sempre da energética mesmo porque é a empresa que detém o controle sobre os usuários porque a grande maioria não tem conhecimento dos critérios estabelecidos no medidor. Fica a palavra do usuário contra a da empresa da energia.


E por falar em palavra, quando o assunto é energia elétrica, nas palavras da presidente Dilma fica impossível acreditar depois que ela alardeou que a energia ficaria mais barata para que depois a fatura fosse cobrada em dobro ou até mesmo em triplo.


Somente depois que os resultados das urnas saíram é que o brasileiro veio se dar conta de que tudo não passava de mais uma jogada eleitoral onde a conta de luz foi usada como mais uma ilusão para que o povo acreditasse que o País estava vivendo um bom momento, ou quem sabe vender a imagem do País das Maravilhas. O pesadelo da alta da energia ainda nem passou e agora a conversa ou a promessa é de que a conta vai diminuir. Na realidade trata-se de uma diminuição irrisória onde o barulho em torno dela é infinitamente maior que a própria diminuição no valor.


No ano passado as contas de luz subiram mais de 50%, em média, e esses aumentos foram consumindo o orçamento dos brasileiros a cada mês. E foi o ano em que mais apagões também foram registrados e a conta de tudo isso sobrou somente para as famílias. Além de pagar energia cara, fora da medida os brasileiros ficaram muito tempo no escuro em 2015. Tudo isso por pura falta de planejamento energético e a fatura sobrou de novo para o brasileiro.


Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), em 2015, o número de ocorrências relevantes no país subiu 23%. Foram registradas 78 ocorrências em 2014 e, no ano passado, 96. Em termos de carga interrompida, também houve aumento.


Enquanto que em 2014 desligou-se em apagões um volume de 26.443 Megawatts (MW), no ano passado esse volume subiu a 29.116, um aumento de 10%, justamente no ano em que o brasileiro mais foi massacrado pelas contas de energia. Os dados registrados incluem apenas blecautes de mais de 100 MW e que durem mais de dez minutos. Em 2014, ambos os indicadores tiveram alta também.


Os dados de 2015 passaram a incluir também os dados dos sistemas isolados, como Roraima e, até 2014, Amapá. Mesmo sem considerar esses estados, porém, há aumento no registro de ocorrências no ano passado.
Segundo o Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro, divulgado pelo MME, dados atualizados até novembro, mostram que os brasileiros ficaram mais tempo sem luz no ano passado do que a meta do ano definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).


De janeiro a novembro, o indicador de horas no escuro atingiu 16,01 na média do país, enquanto que a meta era de 13,92 horas. No número de apagões, até novembro foram atingidos, em média no país, 8,68 ocorrências, para uma meta de 11,01 eventos.


Na ultima segunda-feira entrou em vigor o novo valor da bandeira vermelha, conforme informou recentemente a Angência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Agora, para cada 100 kWh consumidos, serão pagos R$ 3, em vez dos antigos R$ 4,50, cobrados desde agosto de 2015. A bandeira, porém, continua vermelha. A diferença é de apenas R$ 1,50 e reparem se com essa diferença pode-se dizer que a conta de luz vai diminuir. Deviam ter vergonha de anunciar essa diminuição.


O novo patamar foi estipulado pela Aneel, como resposta às chuvas do início do ano, que aumentaram o nível dos reservatórios das hidrelétricas do Sul e Sudeste, e possibilitaram o desligamento de termelétricas que têm um custo de geração de energia mais alto. Movidas a combustíveis como óleo e gás natural, essas usinas geram energia mais cara e foram ligadas para complementar as hidrelétricas em momentos de seca. Em uso desde o ano passado, são elas as responsáveis pela implantação da bandeira vermelha que custou caro e como sempre a fatura sobrou para o povo pagar. Outros dados demonstram que o povo entendeu o recado e diminuiu o consumo. Só falta o governo entender o recado do povo.

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