
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, reconhece que para os pais não é tarefa simples escolher o que comprar para dar aos filhos. “Seja no Natal ou em outra data comemorativa, como aniversário e Dia das Crianças, é importante ouvir os desejos dos filhos, mas não se deve extrapolar os próprios limites financeiros para evitar as frustrações dos pequenos”, diz o educador.
“O ‘não’ como resposta precisa ser assimilado pelos filhos como algo natural na educação dentro de casa”, diz Vignoli. Ele explica que o pai ou a mãe que satisfaz todas as vontades das crianças, camuflando a realidade financeira da família, acaba desenvolvendo filhos sem limites, que vão acumular ao longo da vida diversas frustrações para lidar com situações negativas, inclusive na relação com o dinheiro. “Os pais que falam de maneira transparente e dão bons exemplos, conseguem criar adultos preparados financeiramente e que conseguem lidar bem com as dificuldades impostas pela vida, explica o educador.
Vontade dos filhos
Sem controlar seus gastos, alguns pais correm o risco de terminar o ano no devendo. A pesquisa indica que 4,6% dos entrevistados admitem que vão deixar de pagar alguma conta para atender ao desejo dos filhos neste Natal, sendo que as despesas mais afetadas serão as básicas, como água, luz e telefone (2,3%).
Os especialistas do SPC Brasil recomendam que os pais dialoguem de maneira franca com os filhos, deixando claro que é preciso estabelecer um limite, pois a família tem inúmeras prioridades a cumprir, além das compras de Natal. “Deixar de pagar uma conta para presentear é um erro grave e bastante extremo, capaz de trazer consequências danosas ao orçamento familiar. O melhor, portanto, é evitar atitudes impensadas e lembrar que um bom exemplo começa dentro de casa. Pais com a vida financeira organizada influenciam os filhos a se tornarem adultos com o orçamento em dia. O apelo emocional do Natal não pode servir de desculpa para gastos não planejados”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
E se o presente não agradar?
O estudo do SPC Brasil mostra ainda que em caso do presente recebido não agradar o gosto do filho, a frustração é compensada em quase metade dos casos (49,7%) por meio de uma barganha - os pais se comprometem em dar o presente desejado em outra ocasião. Em 23,1% dos casos os pais relataram que os filhos ficam tristes e frustrados, mas logo se esquecem do pedido ou não pedem outro presente no lugar. Há, no entanto, casos mais extremos. A pesquisa mostra que 1,3% dos pais ouvidos no levantamento admitem que em situações assim seus filhos geralmente choram, fazem birra e até chantageiam os pais na esperança de ganhar o presente desejado.
Para minimizar a frustração das crianças, os especialistas do SPC Brasil recomendam que os filhos façam uma lista de presentes, dando ao pai ou a mãe a liberdade de escolher uma das opções sugeridas. “Dessa maneira, os filhos percebem que essa não é uma decisão exclusiva deles, mas que precisa ser feita em acordo com os adultos, já que são os pais quem trabalham e têm o controle do dinheiro dentro de casa. Influenciadas pela propaganda ou pelo convívio com outros amigos, é natural as crianças pedirem brinquedos caros e muitos presentes. Porém, dar presentes somente em datas especiais estimula o imaginário dos filhos, condicionando-os a dar valor ao que se tem e ao que se ganha. Além de exercitar a paciência das crianças ao esperarem pela conquista daquilo que se deseja”, diz o educador. (Assessoria de Imprensa do SPC Brrasil).
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