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Campo Grande - Como previu anteontem (19) o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Copom (Comitê de Política Monetária) definiu o aumento da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, elevando a Selic para 11,25%, o que evidencia a manutenção da política de juros pelo BC (Banco Central) no governo da presidente Dilma Rousseff, ou seja, conter a inflação via aumento da taxa de juros e restrições aos créditos como forma de restringir o consumo. Na primeira reunião do Copom sob o mandato da presidente Dilma Rousseff e com o BC sob o comando de Alexandre Tombini, a Selic subiu de 10,75% para 11,25% em decisão foi unânime. Dessa forma a taxa tem sua primeira elevação após três reuniões seguidas (1º de setembro, 20 de outubro e 8 de dezembro do ano passado) em que o Copom decidiu mantê-la com a Selic atingindo também seu maior nível desde abril de 2009, já que última alta havia sido em julho de 2010, quando ela passou de 10,25% para 10,75%.
#####Custo Brasil
Para o presidente da Fiems, a preocupação da indústria nacional neste momento é com o custo Brasil, formado por elevadas taxas de juros, variação cambial negativa e altíssima carga tributária. “Somado aos problemas de logística e a falta de marcos regulatórios, estes são os grandes entraves para os investimentos, o que acaba interferindo negativamente na competitividade industrial”, analisou.
Segundo o dirigente empresarial, é passada a hora dos governos fazerem a lição de casa e reduzirem os gastos públicos para que os diversos setores da economia consigam se manter competitivos no atual mundo globalizado. “Os produtos importados chegam ao Brasil com preços baixos e quase sem concorrência com a indústria nacional. E os preços do mercado internacional são mais competitivos exatamente em decorrência do elevado custo Brasil, que ainda tem a sobrecarga dos impostos dos salários dos trabalhadores”, argumentou.
Sérgio Longen reitera ainda que os governos, sejam municipais, estaduais ou federal, continuam usando a ferramenta do aumento de impostos como forma de cobrir os gastos públicos, penalizando a produção. “Nós, empresários, estamos sempre adequando nossos gastos com a receita. Ninguém pode gastar mais do que arrecada. Como os Governos gastam muito o aumento dos impostos e a criação de novas taxas são sempre a única saída que encontram”, lamentou.