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Longen alerta que excesso de impostos vai agravar mercado de trabalho em MS

09 Mar 2016 - 06h00
Longen durante entrevista concedida ontem na TV Morena. - Crédito: Foto: Divulgação/FIEMSLongen durante entrevista concedida ontem na TV Morena. - Crédito: Foto: Divulgação/FIEMS
Em entrevista concedida ontem (8) ao Programa Bom Dia MS, da TV Morena, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, alertou que o excesso de impostos cobrados sobre o setor produtivo estadual deve agravar ainda o desempenho do mercado de trabalho, aumentando o desemprego. "Entre impostos, taxas e contribuições, todos os brasileiros pagaram mais de R$ 2 trilhões no ano passado e neste ano esse montante deve ser bem maior. Por isso, desde o dia 1º de março, a Fiems, Fecomércio-MS, Famasul, Faems e OAB/MS estão com a campanha Acorda MS – Chega de Impostos para informar a sociedade quanto se paga de tributos no Estado e no País, bem como tentar barrar a volta da CPMF, que é estudada pelo Governo Federal", declarou.


Sérgio Longen reforça que a maior preocupação do setor produtivo e da Ordem dos Advogados é o avanço do desemprego em Mato Grosso do Sul. "Levantamento realizado pelo Radar Industrial da Fiems aponta que nós saímos do 3º trimestre de 2014 de 52 mil trabalhadores desempregados para 83 mil desempregados no 3º trimestre de 2015, enquanto no 4º trimestre do ano passado já eram 101,5 mil trabalhadores sem emprego e para o 1º trimestre deste ano devemos atingir 134 mil desempregados. Realmente são números que preocupam e temos procurado construir ações para que esse montante negativo não venha a aumentar ainda mais", afirmou.


Ele acrescenta que, quando a pesada carga tributária foge do controle, as empresas são obrigadas a demitirem porque, naturalmente, há uma queda na produção. "É o famoso efeito cascata, pois os desempregados deixam de consumir e, com a queda de consumo, as indústrias reduzem a produção e, com menor produção, os empresários diminuem o quadro de funcionários. Assim, o reflexo desse ciclo começa a ser sentido por toda a sociedade", explicou, completando que o setor produtivo e o Governo do Estado estão construindo em conjunto o programa Mais Empregos para reverter o atual quadro, buscando estimular as principais cadeias produtivas sul-mato-grossenses.


O presidente da Fiems dá como exemplo a cadeia de celulose, que está tendo avaliada todas as possibilidades para agregar na busca por mais postos de trabalho nesse segmento produtivo. "Não é mais possível sermos os maiores produtores de celulose do mundo e não termos as cadeias de produção aqui dentro. Então, vamos analisar todos os pontos, desde o combustível utilizado no plantio do eucalipto até onde estão os trabalhadores registrados, bem como criar condições para que novas indústrias venham a produzir papel no Estado, ampliando ou criando benefícios para isso. O governador Reinaldo Azambuja está sensível ao projeto e precisamos urgentemente encontrar um equilíbrio para fazer com que Mato Grosso do Sul volte a abrir novos postos de trabalho ao invés de fechá-los", detalhou.

A campanha


Ainda durante a entrevista ao Bom Dia MS, Sérgio Longen retomou a questão da campanha Acorda MS e lembrou que a sociedade está aderindo por meio do site www.acordams.com.br, onde há um abaixo assinado com manifesto contra os aumentos de impostos e a recriação da CPMF. "A sociedade como um todo vem assinando o manifesto que nós pretendemos entregar para a bancada federal. É muito clara hoje a nossa posição de que Mato Grosso do Sul não aceita mais qualquer tipo de discussão de aumento de impostos, a sociedade rejeita essa discussão e tem demonstrado isso, conforme pesquisa de opinião feita junto à população, em que as pessoas disseram que estão cansadas de serem penalizadas pelos desmandos públicos", ponderou.


O presidente da Fiems destaca que a população e os empresários estão com a corda no pescoço e, por isso, estão se manifestando mais contra qualquer movimentação do Governo para criar mais impostos. "A pesquisa que divulgamos no dia 1º de março apontou que 76% da população disse com clareza que não aceita mais impostos, enquanto aproximadamente 20% não conhece muito o imposto e não quis se manifestar. É difícil de imaginar que o país precisa de mais R$ 80 bilhões para atender os desmantelos do Governo. Na verdade, de Mato Grosso do Sul sairiam mais de R$ 701 milhões por ano somente via CPMF. Não aceitamos mais isso, a população também não aceita mais e, praticamente, todos os nossos parlamentares já se posicionaram dessa forma", revelou.


Longen destaca que somente em Mato Grosso do Sul o montante pago de impostos chega a R$ 1,7 bilhão, enquanto no Brasil esse valor está na casa dos R$ 390 bilhões. "São números que trazem preocupação, pois todos querem saber para onde está indo esse dinheiro. Não temos mais estradas, saúde e segurança. Então para onde estão indo esses recursos. Isso prova com clareza que não é a CPMF que vai resolver o problema da saúde. Além disso, o Governo vende que essa contribuição não vai atingir os salários, mas ela atingirá os produtos, então é um salve-se quem puder. O Governo Federal tentando fechar as suas contas de qualquer forma, os governos estaduais também via margens de valor agregado ou por meio de substituição tributária e as prefeituras aumentando alíquotas, IPTU, taxas e tarifas, ou seja, não se tem saída para a população", finalizou.

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