Alta do dólar deixa clima de deserto no País vizinho - Crédito: DivulgaçãoO dólar em alta e podendo chegar a R$ 7, conforme especialistas, afugentou o brasileiro do lado paraguaio. No país vizinho o clima é de “deserto” e, em diversas situações a compra de produtos do lado brasileiro é mais atrativa. A afirmação é do presidente da Câmara de Indústria, Comércio Turismo e Serviços de Pedro Juan Caballero, Víctor Hugo Barreto. Segundo ele, os comerciantes locais estão fechando o terceiro mês consecutivo no vermelho.
Em relação a 2019 ele estima que as vendas caíram em torno de 50%. “Em muitos casos o real é a opção mais em conta, até mesmo em relação ao Guarani, como alimentos e materiais de construção. Vantagens no pagamento como parcelar em 10 vezes também são atrativos para paraguaios que moram na fronteira”, ressaltou.
Em relação a eventual possibilidade do fechamento da fronteira por causa da onda de Covid que avança no Brasil ele disse acredita ser boato, tendo em vista que o País tem no turismo uma das suas molas propulsoras. Ressaltou ainda que o setor aguarda o preço do dólar, frente ao real, diminua para que os turistas voltem a frequentar o lado paraguaio da fronteira. “Por causa do preço os turistas não estão vindo à fronteira. Nosso comércio depende muito da relação dólar/real, com a cotação alta no Brasil com certeza prejudica o turismo de compras na fronteira”, reforçou Barreto.
A presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã, ACEPP, Fabrícia Prioste, diz que apesar das vantagens de se comprar no Brasil, as vendas em Ponta Porã ainda estão “mornas”, nesse mês de março. Isto porque, além da pandemia, os consumidores estão na fase de pagamento de impostos como IPTU, IPVA, além da compra de materiais escolares, o que faz o comércio ficar retraído. Ela não vê movimentação expressiva do lado paraguaio para compras no Brasil e ressalta que esse aquecimento poderá vir nos próximos meses com as campanhas que estão sendo preparadas pelo comércio em alusão a Páscoa e Dia das Mães.
Saiba mais | Real: pior desempenho
O dólar começou a semana em firme alta, voltando a operar acima de 5,65 reais, com a moeda brasileira mostrando o pior desempenho global, em dia de fluxo negativo e com operadores atentos a movimentações políticas relacionadas à pandemia, na antevéspera da decisão de política monetária dos bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos. Segundo especialistas, há fatores que serão determinantes para a valorização ou desvalorização da moeda brasileira em 2021: política, calendário fiscal e reformas. Se esses três pilares estiverem sob controle, o real tem tudo para se valorizar.
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