Na ausência de Bolsonaro, a reunião será presidida pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. O encontro ocorreu as 9h, no Palácio do Planalto.
Na segunda-feira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou em seu site reportagem citando uma minuta preliminar da proposta de reforma da Previdência, prevendo, entre outros pontos, idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem no Brasil.
No fim do dia, o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, se pronunciou, dizendo que o texto veiculado é apenas uma das propostas que estão sob análise do governo.
Mourão também se pronunciou após o vazamento, afirmando que ao próprio presidente Bolsonaro não agrada a ideia de ter idades mínimas iguais para homens e mulheres.
Na avaliação de alguns participantes do mercado, a dissonância nas falas de membros do governo começa a dar sinais de um desgaste, que, ainda que de forma extremamente sutil, pode alimentar um novo ceticismo no mercado com relação à reforma.
Segundo o gerente de câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater, já é certo que haverá uma reforma da Previdência, o que está em aberto, na verdade, são os cortes e mudanças que o texto proposto pelo governo sofrerá na tramitação.
“Ela (reforma da Previdência) vai vir por uma questão de necessidade. A questão é sobre como o mercado vai precificar os cortes que virão. Esses cortes, de que forma ficariam dentro da original? Aí sim o mercado vai reagir”, afirmou.
Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, terá reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje, 5, às 15h, em Brasília.
Eles devem discutir as propostas de reforma da Previdência e de ajuste fiscal.
Ontem, 4, na primeira sessão do Congresso Nacional, Maia afirmou que serão temas prioritários, as reformas da Previdência e tributária, a retomada do crescimento econômico, a redução da violência e o combate à corrupção.
Segundo o parlamentar, o custo deficitário dos sistemas previdenciários estatais é um dos principais responsáveis pelo desequilíbrio nas contas públicas – por razões como as mudanças no mercado de trabalho e o aumento da expectativa de vida.
“A aprovação da reforma da Previdência constituirá indicador seguro de que temos condições de promover também outras mudanças destinadas a estimular o nosso desenvolvimento. A realidade aponta para a necessidade inexorável da reforma; podem-se discutir, entretanto, questões pontuais envolvidas na sua implantação”, defendeu Maia.
Fonte: REUTERS e Agência Brasil