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Memórias

Victor Wagner Conde, o galã da década de 70 em Dourados

Wagner era daqueles artistas que consideravam que a música era uma arte, um elo entre Deus e o homem

07 Fev 2021 - 09h01Por Vander Verão, especial para O Progresso
Victor Wagner Conde, o galã da década de 70 em Dourados - Crédito: Reprodução/O Progresso Crédito: Reprodução/O Progresso

Victor Wagner Conde, que morreu em acidente de moto no interior paulista no final da década de 70, foi considerado um músico muito avançado naquela época em Dourados. Um galã. Tinha uma incrível facilidade em compor canções românticas, influenciado pelas músicas de Johnny Rivers. Wagner participou do LP “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”, com duas canções. Depois, ele lançou três compactos e um dos discos alcançou rapidamente a vendagem de 1.500 cópias, o que foi considerado um grande sucesso. Com a grana, ele comprou uma motocicleta incrementada, com a qual sofreu um acidente, vindo a falecer.

Wagner era daqueles artistas que consideravam que a música era uma arte, um elo entre Deus e o homem; e que o som constituia-se na ponte para chegar ao Supremo. Para ele a letra da canção não tinha tanto significado como o som. Por isso, compunha músicas de mensagens fáceis.

Além de Johnny Rivers, Victor Wagner Conde foi influenciado pelo som dos Beatles. A idéia da gravação do antológico LP foi dele e ocorreu no 3º Festival realizado no Cine Ouro Verde, sendo que os primeiros classificados ganharam o direito de participar do disco. Wagner levou a fita na Continental e Walter Negrão deu a aprovação e logo o elepê foi gravado.

Wagner, que tinha uma espécie de estúdio em sua casa na Rua João Cândido da Câmara, ficou como representante da Continental em Dourados, através da Soncine Gravações e Cinegrafia.

Aliás, no mesmo endereço, funcionava uma escola de música de Victor Wagner Conde. Ele e o maestro Paschoal Maiz davam aula de violão, guitarra, trombone de vara, bateria, acordeon, contrabaixo, pistão, violino dentre outros instrumentos.

Saiba mais

Pleno êxito

Na edição do dia 25 de julho de 1970 (nº 1.160), O Progresso publicou em manchete material a respeito do festival, o qual transcrevemos na íntegra.
“Com o Cine Ouro Verde inteiramente lotado, o que denota o interesse que desperta ao público douradense a arte da música, realizou-se o 3º Festival da Música Popular de Dourados, que como das vezes anteriores, foi uma promoção do 3º Normal e do 3º Técnico  e 3º Técnico de Contabilidade do Colégio Osvaldo Cruz”.

Foram proclamados os seguintes vencedores:

Músicas inéditas:

1º lugar, Leônidas Além, interpretação de “Sem Você”, de autoria de Antonio Carlos; 2º lugar, Moacir Stein Arruda e Noé Stein Arruda, interpretação de “O Estudante Faxineiro”, autoria de Moacir Stein; 3º lugar, Maria José Vieira Vardasca, interpretação e autoria de “Espere por mim”.

Músicas-interpretações:

1º lugar, Georgino Silva, interpretando “Quando a Esperança vai embora”, de Antonio Marcos; 2º lugar, Israel Augusto de Souza, cantando “Quando o amor se transforma em poesia”, de autoria de P. Softici, versão de Miguel Plopschi; 3º lugar, Noé Stein, interpretando “Foste Minha um Verão”, de Francisco Egídio. Wagner aproveitou bem o Festival para a gravação do disco, dando uma força para todo o pessoal que transava música na cidade. Somente na cidade paulista de Avaré (onde morreria posteriormente), ele conseguiu vender 3 mil cópias de  seu compacto, volume II. O 3º Festival, que originou a gravação do LP “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”, foi realizado logo após a conquista do tri-campeonato mundial de futebol pelo Brasil. Dourados, na época, vivia um clima ainda de comemoração pelo grande feito de Pelé e companheiros em terras mexicanas.


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