Dourados – MS sexta, 28 de março de 2025
23º
Campanha Campão Cultural 2025
Cultura

Um pouco da história das Festas Juninas em Dourados

Festa é soma de influências e, dos seus primórdios até hoje, tem o frio como "ingrediente"

18 Jun 2022 - 13h15Por Rozembergue Marques, especial para O Progresso
O nome quadrilha tem origem na palavra francesa quadrille. A quadrille surgiu em Paris, na França, e era uma dança composta de quatro casais - Crédito: DivulgaçãoO nome quadrilha tem origem na palavra francesa quadrille. A quadrille surgiu em Paris, na França, e era uma dança composta de quatro casais - Crédito: Divulgação

Uma festa do campo, com influencias das tradições francesas, indígenas e paraguaias, dentre outras que formam o grande caldeirão de culturas que ferve no brasil, sobretudo no interior. A chegada do mês de junho é também a chegada das festas juninas, pois é neste mês que se homenageia três santos católicos: Santo Antônio (13 de junho), São Pedro (29 de junho) e São João (24 de junho). Somada ao carnaval, as festas juninas são as mais populares do Brasil e fazem parte do calendário de eventos de escolas, entidades e prefeituras.

Há diversas versões sobre a origem das festas juninas. Algumas dessas versões dizem que apesar de hoje estar embasado num forte teor cristão, a origem das festas juninas é pagã. No mês de junho é o final da primavera e começo do verão no hemisfério norte, e o dia 24 é o solstício de verão nesse hemisfério. Era essa a ocasião em que os povos promoviam festas para pedir fartura nas colheitas. Como não conseguia extinguir essa tradição, a Igreja Católica introduziu nelas o caráter religioso. Fez isso, ainda segundo essa versão, aproveitando os dias dos santos mais populares que são comemorados no mês de junho. Primeiro com São João e São Pedro, e mais tarde, especialmente em Portugal, com Santo Antônio.

Pagã ou cristã, por aqui as festas juninas, sobretudo na década de 20 e 30, quando os ervais predominavam e eram praticamente a única opção de trabalho, as festas eram realizadas muito também por um componente climático: o frio severo dos meses de junho e julho, que praticamente impedia o trabalho nos ervais. A peaõzada então vinha para as fazendas, para suas casas e para a cidade/patrimonio e à beira de fogueiras se aqueciam e jogavam conversa fora. Nas brasas, assavam as culturas da época, como o milho e a batata. Era nesse período de frio lancinante que os indígenas também faziam seus rituais de dança, bebiam a Chicha (bebida à base da fermentação do milho ou mandioca) e pediam a benção do deus Tupã. 

Com o tempo, essa reunião rústica foi ganhando novos contornos, com a inclusão de novos pratos, da música dos “hermanos” paraguaios como a polca e o chamamé. Virou uma festa “de família”. Foi nesse período que se incorporou às festas a quadrilha, uma contribuição francesa às festas e cheia de simbolismos. O nome quadrilha tem origem na palavra francesa quadrille. A quadrille surgiu em Paris, na França, e era uma dança composta de quatro casais. Há quem diga que a encenação do casamento na dança da quadrilha, seja uma crítica social às famílias tradicionais: a noiva aparece grávida e seu pai obriga o noivo a se casar. Até hoje esse trecho da festa é um dos mais divertidos.

Ainda é viva na memória da cidade as festas realizadas, já na década de 60, 70 e 80 na Praça Antônio João. Uma multidão circulando pelo quadrilátero da praça e parando aqui e ali parta degustar as iguarias das barracas montadas por entidades, escolas, universitários e colônias de japoneses e paraguaios, por exemplo. Ao centro, os concursos de melhor quadrilha, de rainha e por aí adiante.

Depois, a festa junina foi transferida para o Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, onde ficou por dois anos sendo chamada de “Arraiá no Parque”. Depois do Parque de exposições foi a vez do estacionamento do Ginásio Municipal receber a comemoração folclórica, onde ficou por mais dois anos. A partir daí foi transferida para o estacionamento do Estádio Frédis Saldivar, o “Douradão”, onde permanece até hoje. 

Nesse início do período de festas juninas já realizaram festas com essa temática as escolas Imaculada Conceição e Vilmar Vieira de Matos. Outras já estão se programando, como a Escola Estadual Presidente Vargas, que realiza seu “arraiá” no dia 08 de julho e Firmino Viera de Matos (Macaúba), que fará a festa no dia 24 de junho. Aqui, um detalhe: como algumas festas são realizadas no mês de julho, o termo “festa julina” também é usado. 

A festa promovida pela Prefeitura deste ano (a primeira após a pandemia) será realizada nos dias 30 de junho, 1 e 2 de julho no Complexo Esportivo Jorge Antônio Salomão (Jorjão).

Deixe seu Comentário

Leia Também

Fechado para artistas, teatro de Dourados continua interditado
cultura

Fechado para artistas, teatro de Dourados continua interditado

27/03/2025 16:14
Fechado para artistas, teatro de Dourados continua interditado
Brô MC's retorna aos palcos de MS com show no Campão Cultural
cultura

Brô MC's retorna aos palcos de MS com show no Campão Cultural

27/03/2025 15:53
Brô MC's retorna aos palcos de MS com show no Campão Cultural
Grande nome do rock brasileiro, Renato Russo celebraria hoje 65 anos
Cultura

Grande nome do rock brasileiro, Renato Russo celebraria hoje 65 anos

27/03/2025 14:30
Grande nome do rock brasileiro, Renato Russo celebraria hoje 65 anos
Escola de Dança da UFMS retoma atividades com aulas na Cidade Universitária
Cultura

Escola de Dança da UFMS retoma atividades com aulas na Cidade Universitária

27/03/2025 08:00
Escola de Dança da UFMS retoma atividades com aulas na Cidade Universitária
Campão Cultural terá intervenções de Graffiti nos bairros durante o Circuito Comunidades
Cultura

Campão Cultural terá intervenções de Graffiti nos bairros durante o Circuito Comunidades

27/03/2025 06:00
Campão Cultural terá intervenções de Graffiti nos bairros durante o Circuito Comunidades
Últimas Notícias