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O amor em um click: quando a era digital é aliada do cupido

Há anos a tecnologia tem auxiliado os romances, principalmente agora em tempos de pandemia

05 Set 2021 - 17h00Por Lílian Rech
Louise e Pedro começaram o namoro via aplicativo - Crédito: DivulgaçãoLouise e Pedro começaram o namoro via aplicativo - Crédito: Divulgação

“E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração e quem me irá dizer, que não existe razão?” É parafraseando o saudoso Renato Russo, citando Eduardo e Mônica, ícones de um dos romances musicalizados mais famosos da década de 1980 que eu começo essa matéria falando de amor. 

Há alguns anos houve uma mudança na forma de encontrar a tão sonhada ‘pessoa certa’, o grande amor. Essa relação mudou desde que a rede mundial de computadores foi aberta no mundo, em 1991.

De lá para cá, tudo acabou ficando mais fácil quando o assunto é encontros e relacionamentos. 

No Brasil, de acordo com uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet, o ano de 2020 registrou 152 milhões de usuários, um aumento de 7% com relação ao ano anterior. Com isso mais de 80% da população têm internet em casa e chegou a esse patamar, crescendo a cada ano, também por causa da pandemia do novo coronavírus que acelerou todo esse processo.

E quem fez parte de todo este movimento, passou por todas as etapas e pode ser considerada a precursora douradense nos relacionamentos virtuais foi a escritora, compositora e professora Céllia Fernanda Pietramale Ebling, de 36 anos. “Comecei a ter acesso a internet em 1996, na época as escolas estavam se adaptando e meu pai estava colocando internet no escritório por causa de algumas exigências de receita federal e órgãos públicos, nesse período o meu contato com o computador era brincar no paint e usar o word. Fiz meu primeiro curso de computação aos 11 anos, em 1996 e através da internet fiz minhas primeiras amizades virtuais”, lembra a escritora.

Fernanda afirma ainda que pouquíssimos eram seus amigos reais, a maioria desde então eram aqueles que ela tinha conhecido na internet e não demorou muito para que as amizades virassem namoros, romances virtuais. Os primeiros meios de relacionamento eram as salas de bate papo dos provedores, depois as redes sociais, e por fim os aplicativos de conversa e de namoro virtual.

O primeiro relacionamento sério da escritora aconteceu depois de um encontro via Orkut - extinta página de relacionamentos - e depois combinado no ICQ - programa de comunicação instantânea - pioneiro no universo virtual, criado em 1996. O relacionamento virou namoro sério e então um casamento que não deu certo mas que gerou um fruto, o primeiro filho, hoje um rapaz.

Há sete anos Fernanda se casou novamente e mais uma vez conheceu o atual esposo na internet, o programador José Pessoa Jr., também com uma ajudinha da tecnologia, mas desta vez via Badoo - uma rede social apenas para relacionamentos, fundada em 2006.

“Nos conhecemos virtualmente em 2012, mas pessoalmente apenas em 2014, dois anos depois e diferente do meu primeiro esposo que eu chamei para tomar um chocolate quente em casa, com o Jr. e encontro foi na Praça Antônio João, nas mesinhas onde se joga damas, escolhi um local público para que se acontecesse qualquer coisa eu pudesse gritar (rs) caso ele fosse um doido”, lembra Fernanda.

A escritora afirma que tudo foi ganhando forma de relacionamento sério depois de um tempo, quando descobriram muitas coisas em comum além de gostos, também pessoas que conheciam. “Nós não éramos das mesmas turmas, não frequentavamos os mesmos lugares, mas mesmo assim logo nossos perfis de relacionamento mudaram para ‘namorando’ e foi assim que tudo aconteceu. Hoje estamos juntos, tivemos uma filha e nossa família está completa”, finaliza.

Caso semelhante aconteceu com a designer de marca Louise. A douradense que tem 28 anos, conheceu o atual esposo, em 2017,  o designer gráfico Pedro, de 31 anos através do Tinder - uma multiplataforma que localiza pessoas para serviços de relacionamentos online que cruza informações de diversas redes sociais e localiza pessoas que estão geograficamente próximas, tudo na tela do celular.

O casal estava em São Paulo, capital. Onde mora a família do Pedro. Louise que morou seis anos na capital paulista para estudar e estava prestes a voltar para Dourados quando conheceu Pedro, ao dar um ‘match’ - um curtir - (que significa combinar com a outra pessoa) e assim começou o romance. 

“Eu estava conversando com alguns caras e dei “match” (com o Pedro). Ele me mandou uma mensagem pelo aplicativo: ‘Olá, tenho interesse’ e assim começamos nossa relação. Conversamos dois dias pelo aplicativo, depois trocamos whatsapp e seguimos conversando mais alguns dias quando combinamos de nos encontrar em um pub, perto de onde eu morava e ele trabalhava”, relata Louise.

O que era para ser alguns poucos encontros casuais, até porque a designer voltaria para Dourados em poucas semanas e Pedro tinha planos de morar em Portugal, foi ficando um pouco mais sério. O casal passou alguns finais de semana na praia, ficando mais tempo juntos para aproveitar ao máximo até a hora do adeus.

“Em novembro daquele ano comecei arrumar minhas coisas para ir embora, ele, que nunca pediu para que eu ficasse -  dormiu comigo a noite anterior e no dia da minha volta apenas se despediu”, conta a designer.

O casal seguiu conversando e no outro mês, o reencontro. Louise voltou para São Paulo para passar o aniversário e encontrar com Pedro. “Foi quando nós chegamos a conclusão de que estávamos namorando e queríamos mesmo era ficar juntos (...) nossos planos começaram e em março de 2018, Pedro veio para Dourados, morar comigo’’, emociona-se Louise.

O casal de empresários está junto desde então, unidos no amor e no trabalho. Eles que têm uma agência de criação de marcas e agora estão à espera da Mariana, que deve nascer em breve. “Nossa gravidez não foi planejada mas desde sempre foi muito desejada e a Mariana vem para nos completar ainda mais”, finaliza.

Diante desses depoimentos fica bem claro a ajuda que a tecnologia proporciona aqueles que estão em busca de um amor. Principalmente agora, que o trabalho remoto durante a pandemia, trouxe ainda mais possibilidades de conhecer gente nova, dos mais diversos destinatários, uma prova de que não há limites para amar.

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