Se disserem Mário Alves dos Santos certamente vamos demorar um pouco para associar o nome à pessoa. Mas quando se fala em “Mestre Guerreiro” grande parte dos que atuam com esporte, cultura e ações sociais certamente vai lembrar do sergipano que aportou por aqui em 1985 e desde então, através da sua Associação de Capoeira Baiana, realiza um trabalho que é exemplo de persistência e amor ao que faz. Em sua academia, Mestre Guerreiro dá aulas a pessoas de todas as idades e desenvolve projetos sociais com crianças e jovens carentes e indígenas.
O esforço tem valido a pena e o reconhecimento vem acontecendo. Ao longo destes 36 anos, Mestre Guerreiro já recebeu homenagens municipais, estaduais e federais. Ele foi, por exemplo, o único sul-mato-grossense a ser homenageado com o prêmio “Viva meu mestre”, oferecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O prêmio é um reconhecimento ao trabalho realizado pelos mestres de capoeira em todo o país.
Pela Academia e ensinamentos de Mestre Guerreiro já passaram várias gerações. Inclusive o saudoso Francisco José Paulino, o “Seo” Paulino, que participou de mais de 13 “São Silvestres”. Francisco José Paulino começou a correr em 1991, quando entrou para a Academia do mestre Guerreiro. “Seo”” Paulino na época tinha 72 anos. Parou de correr aos 95 anos. Faleceu em 2017, aos 98 anos de idade. Mestre Guerreiro sempre foi o mentor/professor de “seo” Paulino.
Mestre Guerreiro pondera que través das brincadeiras presentes no ensino da Capoeira para crianças, se favorece a coordenação motora, o campo visual, a criatividade, autoestima, automatização de movimentos e educa as crianças na administração do tempo e espaço dentro de um movimento. O resultado é uma criança mais desinibida e com mais segurança. Já a capoterapia (que praticava “seo” Paulino) é uma vertente da capoeira e utiliza alguns dos seus elementos em atividade física orientada para idosos.
Ainda sobre as características da capoeira, Mestre explica que a capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, atividade física, cultura popular, dança e música. “Vale lembrar que a maioria das pessoas não pratica a capoeira como luta. Cada um faz aquilo que se permite e, por isso, a atividade é aconselhável para pessoas de todas as idades e portes físicos”, enfatiza.
Para continuar na atividade e manter aberta a Associação de Capoeira Baiana com os mesmos objetivos de quando abriu (ser um espaço de treinamento e de socialização e opção de vida saudável) Mestre Guerreiro recorre a rifas e a apoios culturais, como os que obtém do deputado estadual Barbosinha e de empresas como a Moper, Auto Peças Modelo,Cartório do 1º Oficio, Lubfil, Matpar, Ourótica, Andaimes Dourados e Sicoob. A Associação de Capoeira Baiana está sediada na Rua Independencia, nº 285, no Jardim Londrina. Os telefones para contatos são (67) 99936 1148 e 98132 0596.