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Kinho assume como unanimidade, mas artistas cobram apoio do prefeito

Secretário terá uma série de desafios pela frente, já que a Cultura estava abandonada há anos

10 Jan 2021 - 11h26Por Rozembergue Marques
Kinho assume como unanimidade, mas artistas cobram apoio do prefeito - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

O artista plástico Francisco Chamorro, o “Kinho”, chega como unanimidade para integrar o secretariado do prefeito Alan Guedes. Na mesma proporção deste apoio está a ponderação dos produtores culturais de que o novo secretário de Cultura dependerá (e muito) da vontade política do prefeito Alan Guedes para que as coisas “saiam do papel”.

O produtor, diretor, roteirista e ator Thiago Rotta, a exemplo dos demais produtores culturais de diversos setores ouvidos por O PROGRESSO, foi claro nesse aspecto. “Vejo com bons olhos a nomeação do artista plástico Francisco “Kinho” Chamorro como novo secretário de cultura, mas sendo realista e conhecendo a estrutura municipal para cultura, ter um artista à frente da pasta não é o suficiente para resolver nossos problemas nesse setor”, tascou o produtor.

Para ele, o desempenho de Kinho vai depender de fatores como diálogo, independência e autonomia da pasta, reestruturação da secretaria com a contratação de funcionários capacitados e que entendam cada um dos setores culturais e suas especificidades, além de planejamento de ações tendo como base o plano municipal de cultura que, destaca, “precisa com urgência ser finalizado”. “Eu desejo muita sorte para o secretário Kinho, que ele consiga realizar um bom trabalho e tirar a Secretaria de Cultura do sucateamento que as últimas administrações impuseram, e ele pode ter certeza que o Fórum Permanente de Cultura de Dourados e o Conselho Municipal de Cultura estão abertos ao diálogo”, disse Thiago.

Para João Rocha, presidente do Instituto de Desenvolvimento Artístico e Social Sucata Cultural, o desafio para nova gestão com relação a atividade cultural é grande e árduo. Segundo ele, essa dificuldade decorre do “legado de descaso deixado pela antiga prefeita e seus gestores culturais”.

“Temos duas lacunas grandes para serem pensadas: o não acontecimento do FIP e a crise no setor causados pela pandemia. O FIP é alicerce principal para construção, promoção, distribuição e o acesso da arte produzida no município”, avalia, enfatizando a contribuição das atividades culturais para a economia da cidade.

 “Quando falamos na economia, muita gente que não conhece o nosso trabalho, não sabe o quando a cultura e o entretenimento movimenta a nossa cidade. Em uma análise simples por conhecimento empírico posso afirmar que a arte e cultural de Dourados movimenta mais de 5 milhões por ano. Sem o apoio da prefeitura, lojistas e a rede hoteleira de modo geral”, observa Rocha, que vai na mesma sintonia do produtor Thiago Rotta: “Acredito que o Kinho seja um bom nome para o cargo e espero que o prefeito entenda que cultura é um setor que merece atenção, por trabalhar todos os setores da cidade desde social, econômico, saúde, educação. Esperamos ter muita diálogo com essa gestão, pois não acreditamos que não será fácil conseguirmos elevar a cultura de Dourados onde ela merece estar. Para isso que temos de lutar todos do mesmo lado; da Cultura”, conclama o presidente do Instituto Sucata Cultural.  

Marcos Coelho, presidente da Academia Douradense de Letras (ADL), também vê com bons olhos a escolha de Kinho para a Cultura. “Acredito que o querido e conhecido Kinho terá um grande desafio e deverá sair exitoso: o de continuar a conduzir a Lei Aldir Blanc, assim como equipar e dar força à abertura das bibliotecas públicas de Dourados, apoiar o término do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB) em conclusão e chamar o Calendário Cultural Municipal, além de agilizar o FIP”, elencou o presidente da ADL.

Para o poeta Emmanoel Marinho, “a indicação do Kinho como Secretário de Cultura foi a melhor notícia do ano para os trabalhadores da arte”.  “Ele terá um grande desafio pela frente, encontrando um cenário de terra arrasada. A cultura nunca foi tão abandonada como nessa última administração. A Secretaria era um grande cabide de emprego, com pessoas incompetentes e sem nenhum conhecimento do que é arte, do que é cultura. Foram quatro anos sem o FIP, sem nenhum investimento na cultura e completo descaso com os trabalhadores da arte. Faz se urgente a retomada do diálogo com o Fórum de Cultura de Dourados, com a classe artística”, criticou o poeta, enfatizando a necessidade de democratizar o aceso à cultura. 

“Desejo sucesso ao Kinho. Uma pessoa com credibilidade, competência e conhecimento da nossa história. Além de ser artista, ele tem capacidade administrativa e é um ser humano iluminado”, finalizou Emmanoel Marinho.

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