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Ketlen Barbosa: A música como meio de combate e resistência ao racismo

“A música me dá voz para calar esse tipo de comportamento de que já fui vítima”, diz cantora

15 Mai 2022 - 07h00Por Rozembergue Marques, especial para O PROGRESSO
Ketlen Barbosa:  Da igreja aos palcos com personalidade e empoderamento - Crédito: DivulgaçãoKetlen Barbosa: Da igreja aos palcos com personalidade e empoderamento - Crédito: Divulgação

A exemplo de muitos talentos que se “descobrem” nos corais das igrejas, a cantora Ketlen Barbosa deu seus primeiros passos na música aos 14 anos, quando ganhou do pai (também músico e talentosos cantor de RAP) um violão e passou a tocar e cantar na igreja que frequentava. Com o tempo, foi percebendo que sua “´praia” era mais cantar do que tocar. Aos 16 anos, Fernanda teve um “empurrãozinho” do destino para firmar sua vocação de cantora: nas aulas de canto da Guarda Mirim (Instituto de formação) entrou para um coral no qual viu despertar sua paixão por Mezzo-Soprano, 

Ketlen Fernanda, hoje com 22 anos, veio para Dourados estudar na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). A cantora se classifica como “eclética” no que tange a suas preferências musicais. “Minhas referências e meus gostos sempre mudaram bastante a maior parte da minha vida e isso me tornou bastante eclética e aberta para novidades”, disse, apontando com um dos estilos favoritos a MPB. 

Na pandemia a igreja voltou a dar um plus na carreira da jovem cantora Ketlen. “Comecei a fazer uma serie de lives para o grupo de oração, essa visibilidade fez surgirem convites para apresentações ao vivo, como na Praça Antônio João e no Espaço Casulo, onde ne firmei como cantora e é uma espécie de escola para muitos artistas iniciantes”, contou Ketlen, que se especializou no estilo “um banquinho, um violão”, cantando sozinha ou em parceria com músicos conhecidos como Higor Quevedo. Sendo negra, a pergunta se já havia enfrentado preconceito por conta da cor da pele foi natural. Ketlen disse que sim e que faz da música uma forma de enfrentamento a essa prática inconcebível em pleno século 21. “Já enfrentei casos de racismo sim e acredito que a música me dá voz para calar esse tipo de comportamento que só quem sofre sente. Inclusive na escolha do repertório procuro músicas de mulheres negras ou que tenham um “recado” de resistência e de empoderamento”, destacou a jovem cantora, que embora em início de carreira possui muita personalidade e orgulho de sua condição de cantora negra.

“Falo disso na música que escrevi com meu pai. A música é a forma mais linda de expressar afeto por alguém, transborda paz e é isso que quero para todas as pessoas, independentemente da cor da pele”, assinala Ketlen, que à par da música tem outra paixão: as Artes Cênicas, que por suas características deve acrescentar ainda mais técnica, desenvoltura e outras habilidades à cantora.

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