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Emmanuel Marinho lança "Pequena Ópera", nesta quinta-feira, em Campo Grande

O lançamento ocorrerá a partir das 19h, no Sesc Cultura, localizado na Avenida Afonso Pena, 2270

21 Jun 2022 - 11h31Por Assessoria
Poeta Emmanoel Marinho lança o seu novo livro na Capital do Estado - Crédito: DivulgaçãoPoeta Emmanoel Marinho lança o seu novo livro na Capital do Estado - Crédito: Divulgação

O poeta douradense Emmanuel Marinho lança na próxima quinta-feira, dia 23, em Campo Grande, o seu novo livro, o “Pequena Ópera”. O lançamento ocorrerá a partir das 19h, no Sesc Cultura, localizado na Avenida Afonso Pena, 2270.

O novo livro de Emmanuel Marinho vem contribuir com esse rito de passagem, com beleza, coragem, resistência, poesia e luta. O rito de passagem é a travessia dos tempos pandêmicos... não sabemos ainda como será o ponto final e, ao olharmos para trás, já não podemos divisar com nitidez o ponto de partida. Resta-nos o caótico agora, tão bem retratado nesta narrativa poética de uma dura realidade, com descrições primorosas e tocantes.

Emmanuel Marinho, um dos maiores poetas brasileiros da atualidade, não poderia ficar indiferente (como nunca esteve) ao cenário sombrio que foi sendo montado à nossa frente, o lúgubre cenário, não bastassem os funestos personagens, chega outro, não menos truculento: o coronavírus. O resto do fim do mundo todo mundo já sabe.

Mas o olho da poesia é poderoso e seu verbo remove montanhas. Capaz de verbalizar o indizível, o Poeta Emmanuel, que se consagrou por sua “voz de veludo e dedo na ferida”, derramou suas angústias das noites insones nos poemas que relatam as impressões do dia, os sobressaltos da noite, as angústias do homem desse tempo de então, que é o poeta e pode ser eu, você, toda e qualquer pessoa.

Destaque para os desenhos de Lula Ricardi, artista visual notável, que traduziu a riqueza do texto em traços simples e sagazes metáforas. Observe-se a recorrência da haste de madeira, que aparece logo no cenário, que descreve uma trajetória simbólica eloquente do livro cuja narrativa estética é coroada pelos desenhos contidos nas orelhas da capa e da contracapa. Sensacional.

Ao ler o livro, certamente ocorrerá a observação: mas por que não se chama GRANDE ÓPERA”? A crítica da semioticista Rita Limberti apresenta uma análise em que se pode depreender com clareza que a obra (ópera, plural de opus, em latim) pertence ao gênero da Pequena Ópera – ou Opereta – por constituir-se uma crítica mordaz dos fatos, tratados em sua crueza. Ela diz:

      Tá tá tá tá tá tá ! Soam as notas da pequena ópera. Não são notas musicais... Nem os componentes da orquestra são virtuoses: “um cego com sua sanfona invisível”, “um harpista não inscrito na OAB, no Ministério Público Federal e nem na Ordem dos Músicos do Brasil”, um jovem índio cantor e os cantores do coro. Maracas e tambores, helicópteros, metralhadoras e escopetas produzem os efeitos sonoros, encobertos pelo ronco de uma camionete. Caótica, apocalíptica, a Pequena Ópera inspira-se no seu espaço e no seu tempo; então, quedam atônitas as pessoas que a leem, pois deparam com sua própria realidade e se percebem como seus personagens. 

       Seu autor, o poeta e dramaturgo Emmanuel Marinho, assume a batuta com sua usual maestria, criando arranjos dissonantes (cenas fortes) em ritmos sincopados (tiros e ruídos assustadores), para reger a flagrante desarmonia captada, por ele, do real. Nasce, então, uma Pequena Ópera, uma Opereta, que consiste num espetáculo teatral compacto, menor que a Ópera Buffa, derivado dela, composto por falas e cantos que se alternam. Caracterizadas, principalmente, por diferenciarem-se da Ópera Séria, que aborda com padrões formais rígidos temas míticos, heroicos ou da realeza, a Ópera Buffa e a Pequena Ópera abordam os temas sociais com senso crítico e crueza”.

Como se não bastasse o livro, a genialidade do poeta produz, ainda, um espetáculo teatral (uma Pequena Ópera), que em breve será  apresentado. Não acontece nem no teatro, nem na feira, nem na rua – onde costumeiramente Emmanuel realiza seus espetáculos e perfórmances -; acontece por telefone: a voz do poeta vai compondo o cenário, os personagens, os fatos, na fruição da narrativa do texto, proporcionando rara e insólita experiência sinestésica, plurisensorial.  À semelhança das antigas radionovelas ou novelas radiofônicas, cria-se, assim, a “novela telefônica”, que, a partir de um único sentido (a audição), é capaz de aguçar a imaginação e despertar as mais fortes emoções. Espetacular.

Serviço:

“Pequena Ópera”, de Emmanuel Marinho

Desenhos: Lula Ricardi

Dia 23 de junho de 2022

Quinta-feira - 19hs  No Sesc Cultura

Av. Afonso Pena, 2270 – Campo Grande - MS

 

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