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Duo Tartarana: Da infância até hoje, unidos pela música instrumental

Violonista Laidenss Guimarães e percussionista Nicolas Farias tocam juntos desde meninos e são virtuoses em seus instrumentos

02 Jul 2022 - 09h45
Laidenss e Nicolas: da infãncia até hoje, uma amizade à base de música - Crédito: DivulgaçãoLaidenss e Nicolas: da infãncia até hoje, uma amizade à base de música - Crédito: Divulgação

O Duo Tartarana é o que se pode chamar de uma “brincadeira de infância que virou coisa séria”.  Tanto o violonista Laidenss Guimarães como o percussionista Nicolas Farias cresceram na mesma rua e sempre tiveram como pilar da amizade, iniciada já na infância, o fazer musical, ouvindo discos, compondo juntos, ensaiando no fundo do quintal com amigos etc. O Duo surgiu oficialmente em 2020, quando, primeiramente a distância, começaram uma nova proposta de música instrumental para a formação violão e percussão, gravando, arranjando e discutindo processos musicais durante o confinamento. Nesta entrevista a o Progreso, o violonista fala sobre a parceria com o amigo de infância, a carreira, novos projetos e uma novidade boa para os que querem aprender um pouco mais sobre a música instrumental.

O Progresso: Laidenss, O que te motivou a optar pelo violão de 7 cordas? 
Comecei tocando violão pois era o instrumento que tinha em casa e é um ótimo instrumento pra começar a tocar. Quando fui para Tatuí estudar me interessei no violão de 7 cordas, pois é um instrumento particularmente brasileiro, que além de estar presente na linguagem do choro e do samba, tem sido cada vez mais levado para outros gêneros e também como instrumento solista. Atualmente tenho até tocado mais o tradicional violão de 6 cordas. Sou apaixonado por ambos e meu repertório se divide entre os dois.

Geralmente os duos são formados por dois violões. O que te levou à parceria com a percussão?
Eu nem sei dizer ao certo o motivo de ter escolhido a percussão. É uma escolha que foi feita há muito tempo. Me encantam as possibilidades infinitas do universo percussivo e sua relação profunda com a cultura popular de modo geral. O Naná Vasconcelos dizia que o primeiro instrumento é a voz e o melhor instrumento é o corpo. Pra mim, ambos são percussão. Então, acho que foi por isso né?

Quais as suas inspirações, as suas referências musicais?
Nossas referências musicais são muitas. Além das coisas que escutamos desde o inicio da nossa formação e que adoramos, sempre estamos descobrindo coisas novas que nos influenciam. É difícil dizer algumas entre tantas, mas, com certeza, artistas como Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Tetê Espíndola e a grande Helena Meirelles estão entre nossas maiores referencias.

Vocês tem algum trabalho inédito por ser lançado?
Na verdade estamos com algumas novas composições ainda não apresentadas ao público. Algumas canções inclusive. Elas não tem um só ritmo definido. Na verdade, muitas das nossas músicas passam por diferentes matrizes rítmicas e estilos musicais e algumas delas seguem uma linha de invenção, que tem a ver com a criação de matrizes propostas durante nosso processo de arranjo. Mas, é claro que elas tem todas essas referências imbricadas em si. Então tem a ver com o samba, o 6/8, os ritmos comumente reconhecidos como de matriz afrodiaspórica (barravento, ijexá etc), enfim. E nós estamos com repertório preparado para apresentações em Dourados entre julho e agosto. Uma proposta diferente do “Lagarta de Fogo”, que foi nosso trabalho de estréia.

Tanto você como o seu parceiro são autodidatas ou tiveram formação acadêmica em música?
Nossa formação musical é bem parecida. Começamos a tocar relativamente cedo e sempre estudamos juntos, ensaiando, compondo etc. Nós tivemos alguns professores particulares de instrumento em alguns momentos da nossa formação inicial e fizemos aulas de harmonia também, antes de ingressarmos nas instituições em que estamos hoje. Acabamos escolhendo quase que exatamente a mesma formação e, atualmente, estamos estudando música juntos na Unicamp e no Conservatório de Tatuí.

Quais os estilos que vocês tocam?
Nós fazemos música brasileira. Temos uma mistura muito grande de influencias, desde a música regional nossa que são as polcas, Guarânias, rasqueados, até música erudita, jazz, MPB, choro, samba, etc. Também temos bastante influência de outras linguagens, como o cinema, literatura e as artes visuais, tudo isso acaba refletindo na nossa música.  Acho que dessa mistura sai uma coisa nova, nem sempre classificável, mas que está sempre arraigada a música popular brasileira.

Como será a oficina que o duo promoverá em julho em Dourados?
A oficina será o “Laboratório de criação em imagem e som” que é uma realização do coletivo do qual participamos, o LadraK. Nós tentaremos construir uma experiência rica de experimentação artística, a partir de práticas que dialogam com a nossa forma de enxergar a música, especialmente inserida em um contexto de cruzamento das linguagens artísticas, como é o laboratório. A ideia é produzir práticas coletivas de criação, utilizando, não só metodologias e propostas pedagógicas que estudamos e pesquisamos, mas também processos de construção musical que tem a ver com o nosso trabalho como músicos de performance, compositores etc.A proposta do laboratório é um entrelaçamento das linguagens artísticas.

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