O Estádio Municipal Fredis Saldivar, o “Douradão”, foi inaugurado em abril de 1986, com a pompa e circunstância exigidas. Afinal, os números impressionavam: com área de cerca de 147 mil metros quadrados, se com capacidade para realização de jogos e acolhimento de público, é uma das melhores infraestruturas de todo o Mato Grosso do Sul. No estado em que se encontra, é um mega elefante branco.
Os números contrastam: do quase zero de eventos, esportivos ou não, à capacidade de público e à estrutura em geral: o campo é oficial, como determina a FIFA, tendo capacidade para 30 mil pessoas. É o maior estádio de futebol do interior de Mato Grosso do Sul e o segundo estádio estadual, ficando atrás apenas do Morenão. No Brasil é o 27º maior estádio, junto com mais dois estádios. Tem 16 acessos para torcedores, vestiários, torres com refletores para jogos noturnos e arquibancadas cobertas
O maior público da história do Douradão, oficialmente, foi a primeira partida da decisão do Campeonato Sul-Mato-Grossense em 17 de julho de 1988, quando 18.780 pessoas pagaram ingresso para ver o empate de 1 a 1 entre Ubiratan e Operário de Campo Grande. No jogo de volta, na Capital, o Galo venceu por 1 a 0 e ficou com o título. Naquele mesmo ano, em duas semifinais memoráveis entre Ubiratan e CAD (Clube Atlético Douradense), o estádio recebeu mais de 15 mil torcedores em cada jogo.
Além da estrutura já edificada na gestão do ex-governador Pedro Pedrossian, o “Douradão” possui muito espaço ocioso. Com aproximadamente 147 mil metros quadrados, é suficiente para a implantação de vários projetos, o que poderia transformar o local num grande complexo esportivo. Na gestão do ex-prefeito Murilo foi entregue ao então ministro dos esportes Aldo Rebelo um rol de projetos bem intencionados, como a construção de um ginásio de esportes para 7.500 pessoas e de um polo aquático com quatro piscinas, sendo uma delas aquecida. Desnecessário dizer que a coisa “não andou”. Com pouco esporte, virou espaço da burocracia da prefeitura: ali já funcionou a Fundação de Esporte do município, a Funed, a Guarda Municipal, a Guarda Mirim. Após uma interdição, todos tiveram que deixar o Douradão.
Nos dias atuais o estádio não tem, segundo o Corpo de Bombeiros, condições de receber eventos esportivos, salvo aqueles com espaço e público limitados após previa vistoria. O conjunto da obra não pode ser utilizado por problemas em toda a sua estrutura, notadamente hidráulicas e elétricas.
Outro lado
Segundo Luis Arthur Spindola Castilho, diretor da FUNED (Fundação de Esportes de Dourados) a Prefeitura pretende “acordar” o elefante branco: “A prefeitura está finalizando projeto de revitalização total do estádio douradão. A parte principal (entrada, vestiários, cadeiras e cabines de imprensa), já possui projeto completamente novo. Resta agora, captação de recursos para finalização”, informou o Diretor. Luis Arthur também descartou a devolução do estádio ao Governo do Estado, tese que vez por outra vem à tona. “Não se estuda a devolução. A prefeitura estuda implantação de novos projetos para melhor utilização dos espaços do estádio, utilização do campo para escolinha de goleiros da Funed e, treinamento de paratletas e pelas escolinhas de futebol e treinamento de paratletas.