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Dos tijolos do pedreiro Alfredo à imponente obra arquitetônica da Igreja Matriz

Primeira igreja foi construída em 1925 e hoje, com capacidade para receber 1.000 fieis, é cartão postal da cidade

26 Jun 2022 - 07h15
Dos tijolos do pedreiro Alfredo à imponente obra arquitetônica da Igreja Matriz - Crédito: Valdinei Garcia Crédito: Valdinei Garcia

Os primeiros passos para a Igreja Imaculada Conceição, a catedral diocesana de Dourados, se tornar um dos cartões postais da cidade foram dados em 1925, quando foi construída a primeira igreja. Muito da perfeição daquele primeiro espaço de convívio e acolhimento da comunidade católica do povoado se deveu à perícia do pedreiro Alfredo Oliveira de Abreu, que atuou como mestre de obras na edificação. Os primeiros tijolos foram assentados por ele.

Graças à intensa atividade pastoral desenvolvida pelos franciscanos, a capela se demonstrou logo insuficiente para abrigar os fiéis que passavam a despertar para a fé. Por isso, no dia 12 de março de 1944, foi lançada a pedra fundamental de uma nova igreja matriz.Foi inaugurada em 31 de dezembro daquele ano, mas o piso e o forro só foram colocados em 1953.

Com a criação da diocese de Dourados, em 15 de junho de 1957, começou-se a pensar numa igreja digna do passo que fora dado. No dia 8 de dezembro de 1958, Dom José de Aquino Pereira, primeiro bispo diocesano, abençoou a pedra fundamental. A 3 de outubro de 1960 – quando se celebrou o Jubileu de Prata da criação da paróquia –, foi celebrada a primeira missa na nova igreja, ainda incompleta. No dia 8 de dezembro, festa da padroeira, teve lugar a sua solene inauguração. A fachada de duas torres é a que permanece até os dias de hoje. Os três sinos – batizados com os nomes de Cristo Rei, Virgem Imaculada e São Francisco – foram trazidos da Alemanha por Frei Teodardo Leitz, em 1962.

Em 1988, Dom Teodardo Leitz, terceiro bispo diocesano, pensou que, ao invés de construir uma nova catedral – em outro local, e dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, como determinava o decreto de criação da Diocese, assinado pelo Papa Pio XII –, seria mais fácil e prático reformar e ampliar o templo existente. Foi o que fez, e, no dia 11 de fevereiro de 1990, na presença de Dom Carlos Furno, Núncio Apostólico, foi inaugurada aquela que passou a ser, a partir de então, oficialmente, a catedral da Diocese de Dourados. Em uma cripta subterrânea existente na Catedral estão, em gavetas dispostas em vertical, os restos mortais de Dom Teodardo Leitz, do frei Franscisco Ricardo Brungger, do frei Saturnino Benzing e de Dom Redovino Rizzardo. As criptas remontam os primórdios do cristianismo. Dom Paulo Evaristo Arns, um dos ícones da igreja católica, está sepultado na cripta da Catedral da Sé, em São Paulo. 

Por fim, em 2014, graves problemas estruturais obrigaram a pensar numa nova e profunda reforma que, levada adiante por uma das empresas mais conceituadas do país em assuntos de arquitetura religiosa, acabou por transformar a catedral numa autêntica obra de arte. Antes, em 2007, durante o Jubileu de Ouro da Diocese, foram inseridas imagens nos seis nichos dispostos na fachada da catedral. No alto, duas imagens da Virgem Maria: Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, e Nossa Senhora de Guadalupe, patrona dos povos indígenas. Logo abaixo, dois santos muito queridos à devoção popular: São Benedito e Santo Antônio. Por fim, na base do triângulo, São Pedro, demonstrando a unidade da Igreja de Dourados com a Igreja de Roma; e São Francisco de Assis, incentivando-nos ao cuidado com os irmãos e o meio-ambiente. No altar, uma obra de arte: um pantocrator feito em forma  de mosaico.

Com suas duas torres imponentes, com cruzes ao cume de cada uma, separadas por um telhado em forma de V e tendo ao meio um arco com hastes intercaladas por vitrais, a Igreja Imaculada Conceição (mais conhecida pela população como “Igreja Matriz”) é um amplo complexo religioso que abriga a Capela do Santíssimo, a Catedral a Casa Paroquial (casa dos padres), um salão de Festas, sala de catequese, sala de teologia, o Pró vida (psicólogos que atende a população gratuitamente) e a Pastoral Social (que recolhe alimentos para os mais necessitados). É uma das principais obras arquitetônicas da cidade.

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