Dourados – MS terça, 19 de março de 2024
26º
Cicloturismo

Cruzeiro de Itaporã: Um lugar de fé e devoção

O que no passado era um local para celebrações de camponeses, hoje torna-se espaço ecumênico de moradores da Grande Dourados, principalmente de cicloturistas

02 Ago 2021 - 16h00Por Noemir Felipetto*
Cruzeiro de Itaporã: Um lugar de fé e devoção - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Uma cruz edificada em um dos pontos mais altos do município de Itaporã, torna-se referência de peregrinação religiosa e ecumenismo. Erguida no Sítio São José, de propriedade de Hilário Marques, na região do Canhadão, distante pouco mais de dois quilômetros da cidade, tem uma vasta história de fé e devoção. O Cruzeiro de Itaporã, como vem sendo chamado, representa a religiosidade de pessoas que no passado se dedicavam ao plantio de lavouras de café, quando a região passou a receber migrantes de várias partes do Brasil. 

E um desses migrantes foi José Joaquim da Silva. Católico praticante, em 1953 levantou a cruz, ao lado de um terreirão, como era chamado o local utilizado em secagem de grãos. O objetivo era reunir a família e vizinhos próximos em celebrações religiosas, principalmente em datas especiais e festivas.

Com o passar dos anos a região perdeu moradores para a cidade, a antiga residência foi desmanchada, as áreas de café deram lugar a outras culturas, como soja e milho. Mas a cruz erguida por José Joaquim ficara em meio a plantação. Foi removida em 2002. Segundo consta após a retirada da cruz, a região passou por escassas chuvas.  

Sidney Marques, filho de Hilário, conta que em um retiro religioso em Maracaju, relatou toda história da cruz e seu simbolismo para sua família. Foi incentivado a reerguê-la, a reedificá-la, mas em outro local. E este local teria que ser alto, fora da área de plantação, sendo símbolo de fé e devoção, de fartura e prosperidade. E foi feito. 

Tempos depois um incêndio destruiu parcialmente a antiga cruz. Em 2019 então foi fincada outra, por iniciativa do corretor de imóveis de Itaporã, José Antonio Vieira, agora com sete metros de altura e 50 centímetros de diâmetro. Com a nova cruz também foi executada toda uma infraestrutura para a visitação. Os proprietários da área e colaboradores a mantém limpa e aprazível para as constantes e frequentes visitas. Já partes que sobraram da cruz antiga ainda permanecem no local, como símbolo de fé e resistência. 

O agricultor Anderson Granja, que também reside em Itaporã, é um dos frequentadores. Disse que pregadores ilustres já estiveram no sítio, em celebrações de missas campais, e gradativamente o cruzeiro tem atraído mais pessoas. Também relata que em datas especiais é grande a peregrinação. Segundo Granja, a comunidade de Itaporã já organiza um movimento para uma maior divulgação do espaço, com a colocação de placas indicativas, visando torná-lo ponto de turismo religioso em Itaporã.
 
AOS FINS DE SEMANA, UMA INVASÃO DE CICLOTURISTAS
O cruzeiro também foi descoberto por ciclistas. Tornou-se ponto turístico para os adeptos do montain bike. Para o advogado douradense Luciano Borges, é uma referência ecumênica, não só para os católicos, mas para pessoas de várias denominações cristãs. “É de uma leveza impressionante, encontramos paz interior”, relata. O servidor público estadual Walter Brandão diz da alegria de ir a Itaporã e tornou-se uma parada obrigatória visitar o cruzeiro, “para nós cicloturistas aliamos a fé a atividade física”, conta. 

A também servidora pública federal Sheila Nogueira, disse que o cruzeiro é um local superação. Conta que na primeira pedalada achou que não teria forças para chegar. “Era uma tarde de sol intenso”, relata, “mas ao avistar o cruzeiro me senti renovada física e emocionalmente”. Conta que ao olhar para a cruz encheu-se de ânimo e esperança, principalmente em dias melhores, “foi uma conexão”. Conta que o gesto da maioria dos cicloturistas que vão ao cruzeiro é erguer a bike e agradecer.

Sem dúvida, este é mais um ponto que os cicloturistas, principalmente aos finais de semana costumam contemplar. Um local que transmite energia positiva e paz interior. Vale a pena conhecer e contemplar, pois além da beleza e energia, é propício para fotos e vídeos, principalmente ao amanhecer ou nos fins de tarde, com o cair do sol. (*Advogado e jornalista – praticante do cicloturismo).

Deixe seu Comentário

Leia Também

Semana do Artesão homenageia artesãos que se destacaram neste fazer artístico
Cultura

Semana do Artesão homenageia artesãos que se destacaram neste fazer artístico

18/03/2024 16:30
Semana do Artesão homenageia artesãos que se destacaram neste fazer artístico
Projeto de encenação teatral gratuito é aberto ao público
Cultura

Projeto de encenação teatral gratuito é aberto ao público

18/03/2024 11:15
Projeto de encenação teatral gratuito é aberto ao público
Desembargador do TJMS Alexandre Raslan lança livro na Capital
Cultura

Desembargador do TJMS Alexandre Raslan lança livro na Capital

18/03/2024 10:45
Desembargador do TJMS Alexandre Raslan lança livro na Capital
Bonito Cinesur abre inscrições para Mostras competitivas
Cultura

Bonito Cinesur abre inscrições para Mostras competitivas

18/03/2024 09:15
Bonito Cinesur abre inscrições para Mostras competitivas
MinC recebe contribuições da sociedade para a elaboração da Política Nacional de Economia Criativa
Cultura

MinC recebe contribuições da sociedade para a elaboração da Política Nacional de Economia Criativa

17/03/2024 15:30
MinC recebe contribuições da sociedade para a elaboração da Política Nacional de Economia Criativa
Últimas Notícias