Crédito: Reprodução/O ProgressoCom o sucesso dos festivais promovidos por Ataliba José Rodrigues, no final dos anos 60 e início dos anos 70, no Cine Ouro Verde, em Dourados, o movimento musical ganhou força com a gravação do elepê “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”. Com isso, surgiram vários talentos, dentre eles, Antonio Fernando.
A gravação e o lançamento desse disco causou sensação em Dourados e região. Logo, o badalado cantor e compositor da época, Victor Wagner Conde, montou um estúdio em sua casa, na Rua João Cândido da Câmara, ficando como representante da Continental em Dourados, através da Soncine Gravações e Cinegrafia.
Aliás, no mesmo endereço, funcionava uma escola de música de Victor Wagner Conde. Ele e o maestro Paschoal Maiz davam aula de violão, guitarra, trombone de vara, bateria, acordeon, contrabaixo, pistão, violino dentre outros instrumentos.
Antonio Fernando
Wagner deu força para Antonio Fernando, um jovem músico que não chegou a participar dos antológicos festivais, mas, no entanto, fez muito sucesso nos programas de calouros que a Rádio Clube de Dourados transmitia ao vivo, diretamente do Clube Social.
Antonio Fernando aproveitou a onda e o clima efervescente do movimento musical e partiu para a gravação de seu compacto duplo, com acompanhamento do conjunto “Os Milionários do Ritmo”. O disco foi projetado pela empresa Wagner - Soncine Gravações -, gravado na Continental. Na Face A do compacto foram incluídas as músicas “Você Deixou de Existir” (Antonio Fernando) e “Não Quero Voltar a Sofrer” (de Victor Wagner Conde); e na Face B, as músicas “Pense Enquanto é Tempo” e “Noites Escuras”, ambas de autoria do próprio Antonio Fernando.
Vale ressaltar que a foto de Antonio Fernando foi clicada por Osório Hiroshi Suizu, que era proprietário do Foto Imperial, de Itaporã. Aliás, Osório também foi o autor das fotos que foram ilustraram os três compactos lançados pelo Wagner.
No compacto duplo de Antonio Fernando, Victor Wagner Conde, na contracapa, assinou a seguinte mensagem: “Todo o talento do mundo não teria valor em uma pessoa que não soubesse aproveitá-lo. AF tem ta-lento, soube aproveitá-lo dentro de suas possibilidades, e, o que é melhor, demonstrou uma força de vontade tão grande que ninguém poderá segurá-lo em sua desenfreada corrida para a consagração. Esse, aliás, é o meu sincero voto...”.
Décadas de ouro
As décadas de 60, 70 e 80 foram abençoadas em termos de eventos culturais em Dourados, principalmente devido ao forte setor musical.
No final dos anos 60 e início dos anos 70, os festivais promovidos por Ataliba José Rodrigues, abriram caminhos para isso tudo. O Fempop (Festival de Música Popular), interpretação, promovido pelo UDE (União Douradense de Estudantes), iniciou a série no final da década de 70 e marcou toda a década de 80, abrindo “janelas” para os novos talentos.
Aí, surgiu o “Frutos da Terra”, com cinco edições, com quatro na década de 80 e uma em 1991, reunindo antigos e novos valores musicais douradenses.
E, nos mesmos anos 90, o “Show da Paz”, com quatro edições, serviu para brindar o fechamento da década de ouro no movimento musical de Dourados.
Além disso, a década de 80 foi marcada pelo Projeto Pixinguinha, da Funarte, com apoio da Prefeitura de Dourados, através da Funced (hoje Funed), oportunidade em que o público pode curtir a boa música de talentos nacionais.
Logicamente, além disso tudo, foram realizados dezenas e dezenas de shows que marcaram época, promovidos por empresários, com a vinda a Dourados de renomados cantores e bandas de vários estilos musicais.
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