
Hoje, 11 de outubro, comemora-se os 46 anos da promulgação da lei que dividiu o antigo estado de Mato Grosso, e a consequente criação do estado de Mato Grosso do Sul. Não sei se existe algum estudo acadêmico sobre os efeitos deste fato, mas creio que valeria a pena algum estudioso aprofundar o assunto. Neste artigo, por conta de espaço, farei apenas uma breve reflexão sobre o tema.
Creio que a principal reflexão seria: afinal, a divisão de MT foi um fato positivo ou negativo? Para MT, com certeza, sim; para o MS, tenho, cá, muitas dúvidas...!
É bom lembrar que, caso ainda fosse uno, Mato Grosso seria o maior estado do Centro-Oeste, em termos econômicos e populacionais.
Lembro que, no fim dos anos 1970, as expectativas em relação à criação do novo estado (MS) eram enormes. Na ocasião, o sempre enigmático presidente Ernesto Geisel escolhera um técnico, egresso do antigo Ministério do Interior (Harry Amorim Costa) para governar o MS. Ignorando as realidades locais, ele "importou" vários técnicos para compor seu governo - contrariando interesses das lideranças políticas locais.
Estava em Campo Grande nesta ocasião. A estrutura montada por estes técnicos era bastante "enxuta", com meia dúzia de secretarias e demais órgãos governamentais. Menos de um ano depois, com a queda de Harry Amorim, a estrutura administrativa do MS já tinha quase dobrado de tamanho (o que seria dos políticos profissionais sem seus apaniguados nas estruturas de poder?).
Resultado: entre muitas idas e vindas, marchas e contramarchas, o MS cresceu pouco neste período, contrariando as expectativas iniciais.
Já em MT - que, à época da divisão, era considerado a parte pobre da região, uma espécie de "patnho feio" - ocorreu o contrário. Graças ao pioneirismo de empreendedores como Ênio Pipino, Ariosto da Riva, André Maggi e Olacyr de Moraes, entre outros (chamados "bandeirantes modernos"), Mato Grosso, a partir dos anos 1980, deu um salto na sua economia, que se consolidou como o maior produtor de grãos e carne bovina do país - e, talvez, do mundo!
Isso decorreu também por alguns fatores aleatórios: as pesquisas tecnológicas, que permitiram a criação de uma agropecuária moderna e altamente tecnificada no Cerrado brasileiro; e ao relevo plano da região do médio-norte mato-grossense, até então inexplorada.
O que impediu MT de se desenvolver ainda mais, foi sua eterna carência de um melhor sistema viário, para escoamento de sua enorme produção agropecuaria. Quase meio século depois, ainda hoje a estrutura de transporte terrestre é sustentada por duas rodovias de pista simples: as BRs 163 e 364.
Como dito no início, tal assunto, creio, mereceria um estudo mais amplo e aprofundado, capaz de apontar as reais consequências da divisão do antigo Mato Grosso. Acredito que, dadas as características de cada região, a divisão seria consumada de qualquer maneira. É possível que esta (a divisão) tenha sido boa para ambos os estados - com destaque para MT que, 44 anos depois (a divisão foi oficializada em 1979), posuui um maior número de municípios, população, arrecadação tributária e produção agrooecuária, especialmente de grãos e carne bovina.
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