Devastadores, os acidentes interrompem sonhos em uma fração de segundos. Retiram do convívio da família pessoas saudáveis que saem para trabalhar e não voltam para casa. Quem fica ou passa a lutar em prol de outras vidas ou silencia a dor para evitar lembrar a tragédia. Mas, para que outros não agonizem no asfalto, alguns passam a cobrar um trânsito democrático, com mais respeito às leis e punição mais dura para quem comete um acidente fatal, por exemplo.
Não Foi Acidente, movimento que reúne vítimas de trânsito, seus familiares e amigos, é conhecido no País. Já são mais de dez anos de luta. O objetivo é o de conscientizar os motoristas sobre suas decisões e responsabilidades em ocorrências de trânsito. Contudo, o que falta é mudar as leis penais do País.
Esta edição de O Progresso traz a história de Amarildo. Atropelado em 2014, teve inúmeras sequelas e passou a viver sem estado semivegetativo. A mãe dele, Sebastiana, lutou na justiça em busca que o causador do acidente, que estava alcoolizado, custeasse as despesas médicas, que são muitas, mas até agora nada. Sebastiana morreu recentemente. A luta continua pelas irmãs de Amarildo. Wesley, que estava de moto e atingiu em cheio Amarildo, vive no Canadá há anos.
O movimento Não Foi Acidente é uma idealização de Ava Gambel. Junto com outros abnegados, conseguiu reunir mais de 1 milhão de seguidores nas mídias sociais e coletar mais de 1,3 milhão de assinaturas para projetos de lei que preservam a vida no trânsito.
Os motoristas que dirigem sob efeito de álcool são uma das prioridades do Não Foi Acidente. Várias vezes por dia são postados casos absurdos de violência no trânsito nas mídia sociais do movimento - Facebook e Instagram.
O caso de Amarildo foi postado lá, tanto do acidente há 7 anos como da morte de Sebastiana, uma mãe que incansavelmente lutou para cuidar do filho. Não foi fácil. Ela adoeceu e não resistiu. Histórias como essas estão espalhadas pelo país afora.
Enquanto as leis forem brandas e tratarem crimes de trânsito como acidente, famílias vão continuar uma luta muitas vezes em vão, já que a justiça brasileira, além de lenta é passível de brechas que beneficiam quem praticou o crime. Até quando?