O biólogo e cientista norte-americano Dr. Philip Fearnside participa da XII Jornada Acadêmica da Biologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), nesta quarta-feira (4). O especialista comandou pesquisas históricas sobre o aquecimento global e impacto dos desmatamentos na floresta amazônica. Ele alerta para desastres climáticos irreversíveis no mundo caso medidas de proteção e sustentabilidades não sejam adotados.
Fearnside pontua que o Pantanal sobre diretamente os efeitos do desmatamento da floresta amazônica, região fundamental para evitar efeitos catastróficos no Brasil e mundo. Além há acontecimentos indiretos, como os incêndios florestais. A fumaça desses incêndios foi transportada e cobriu cidades sul-mato-grossenses entre junho e outubro deste ano.
Para o cientista, a emissão de gás carbono assola a contribuição nas mudanças climáticas. A produção desenfreada da indústria ainda é a principal preocupação para os estudiosos.
“Estão emitindo o gás de efeito estudo, o que soma a emissão do combustível fóssil e outras fontes. Consequentemente, há incêndios florestais no mundo inteiro, pontas derretendo e o oceano esquentando. Não estão observando todos os setores. Isso há um potencial de empurrar o aquecimento global para um ponto e não retornando mais e isso seria um desastre”, descreve.
O cientista ressalta que o Brasil seria um dos países mais vitimizados com o aquecimento global, resultando na perda de áreas verdades. Logo, o reflexo será em desastres climáticos, como falta de chuvas.
“No Brasil, a floresta amazônica iria perder água reciclada, o que sustenta São Paulo e Mato Grosso do Sul, que depende da chuva na Amazônia. O Brasil pode se tornar um deserto”.
Dr. Philip Fearnside é reconhecido no tema e é o segundo autor mais citado em pesquisas sobre aquecimento global do mundo (Alicce Rodrigues, Midiamax)
Estratégias imediatas
Dr. Philip dedica a vida em estudos sobre a temática. Desde 1992, promove o reconhecimento do valor dos serviços ambientais como estratégia de desenvolvimento sustentável. Em 2004, venceu o Prêmio Fundação Conrado Wessel em Ciência Aplicada ao Meio Ambiente e, em 2006, o Prêmio Chico Mendes na área de Ciência e Tecnologia. Ainda conta na carreira o destaque de reconhecimento como o segundo cientista mais citado no mundo sobre aquecimento global.
Para ele, o cenário catastrófico previsível, caso medidas imediatas não sejam adotadas, requer atenção de toda a iniciativa privada, poder público e pela população.
“É essencial que o Brasil assuma a liderança em combate ao efeito estufa, só que não está acontecendo, apenas o Ministério do Meio Ambiente está agindo para tentar reduzir o desmatamento, mas todo o resto do governo está do outro lado, financiando soja e gado na Amazônia, abrindo estradas que abrem novas áreas de floresta. Se tem perfuração para petróleo no litoral, fósseis no Amazonas é um grande motor de desmatamento, um leilão para o fim do mundo”.