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MP abre inquérito para apurar falta de médicos e fechamento de postos

18 Out 2019 - 15h39Por Valéria Araújo
Unidade de Pronto Atendimento em Dourados - Crédito: A. frotaUnidade de Pronto Atendimento em Dourados - Crédito: A. frota

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquerito para apurar a falta de médicos e o fechamento dos postos de Saúde de Dourados em detrimento do atendimento até às 22h de outras unidades. A medida ocorre após o recebimento de reclamações que chegaram até o MP. De acordo com o promotor de Justiça Amilcar Carneiro Júnior, a promotoria tem acompanhado todas as denúncias e as mudanças que acontecem na Saúde. Para o promotor, a reorganização no atendimento nas unidades de saúde como Upa e Hospital da Vida precisam ser melhor divulgadas para que a população entenda de fato onde deve procurar socorro. 

Em relação ao fechamento de postos de saúde para o funcionamento de unidades até as 22h,  ele diz adianta que se trata de uma decisão de gestão administrativa, uma prerrogativa da Secretaria de Saúde, mas que eventuais ilegalidades serão investigadas. Há cerca de 20 dias a secretária de Saúde, Berenice Machado, anunciou o fechamento das unidades da Chácara Caiuás e do Jardim Piratininga passarão a acontecer integrados na unidade da Vila Índio. O horário de atendimento será das 07h às 19h, sem interrupção para almoço.

A Unidade Básica de Saúde da Vila Matos também será fechada e terá o atendimento incorporado na Unidade Básica de Saúde da Seleta. A população poderá se dirigir ao local, com serviços das 07h às 22h, sem interrupção para o almoço. As Unidades de Saúde da Vila Industrial, Jóquei Clube, Parque do Lago II e Izidro Pedroso, inclusas no “Saúde na Hora”, terão atendimento ao público das 07h às 19h, sem interrupção para o almoço, contando com três equipes de profissionais da saúde.

A falta de médicos também é motivo de reclamações constantes na promotoria. Somente no pronto socorro do Hospital da Vida de novembro do ano passado a Julho 15 médicos saíram do hospital e o quadro de profissionais passou de 21 para 14. Com o atraso de salários constantes da Prefeitura a categoria ameaça pedir demissão em massa, que só não ocorreu em julho com a saída de 8 médicos porque na ocasião a secretaria garantiu melhorias. O  hospital acumula R$ 40 milhões em déficit, cerca de 1,5 milhão mensal. A Funsaúde responsável por esses pagamentos passa por intervenção da secretária de saúde.

Em relação as recentes mudanças no fluxo de atendimentos, a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados está orientando a população a procurar as unidades básicas de saúde mais próximas de suas casas, considerando que a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) passou a priorizar o atendimento de casos de urgência e emergência.

De acordo com a secretária Berenice de Oliveira Machado Souza, casos menos graves devem ser tratados nos postos de saúde. São cinco unidades que mantêm atendimento até as 22 horas – Seleta (Grande Flórida), Jardim Maracanã, Vila Cachoeirinha, Parque das Nações II e distrito de Vila Vargas. “Recomendamos que as pessoas procurem mais os postos de saúde, seja de dia ou à noite, e somente recorram a UPA quando for caso grave, que requer atendimento de urgência”, pede a secretária.

Berenice diz ainda que a situação de dificuldade encontrada hoje na UPA é temporária e deverá ser normalizada em poucos dias, com a disponibilização de mais profissionais (médicos, enfermeiros e técnicos), medicamentos, insumos e novos equipamentos.

A secretária informa que está sendo ajustada a escala de médicos e a partir de sábado, dia 19, novos médicos passarão a atender na UPA. São profissionais aprovados em processo seletivo da Fundação de Saúde. “Estamos no aguardo do repasse de recursos pelo Estado para a aquisição de medicamentos e insumos”, reforçou Berenice, informando ainda que está sendo estudada a possibilidade de se abrir novas unidades de saúde para ampliar o atendimento à população e desafogar a UPA.

 

Gestão Plena

A secretaria Municipal de Saúde, Berenice Machado de Souza disse no início da semana que a Prefeitura de Dourados não tem como bancar o Hospital da Vida atendendo pacientes de mais de trinta municípios e até do Paraguai. “Os repasses de recursos do Governo do Estado são feitos sempre atrasados”, disse ela.

“Em setembro recebemos o dinheiro de julho e os repasses de agosto e setembro não existe previsão de acontecer”, disse a secretária ao reclamar que a Secretaria de Saúde do Estado mesmo com os repasses em atraso afirma que “tudo está em dia”, o que não é verdade”, comenta Berenice.

A Prefeitura de Dourados, segundo Berenice, “não tem estrutura para cuidar dos pacientes dos municípios da região e não dá para ficar sempre pedindo esmolas para o Governo do Estado”. Com a devolução da “gestão plena”, a Secretaria de Saúde de Dourados, conforme Berenice cuidará das unidades de saúde, a chamada atenção básica, a UPA e o Hospital da Vida.

Caso não haja uma solução para a crise, Berenice afirma que uma das saídas seria a Prefeitura de dourados devolver a “gestão plena” da Saúde repassando a responsabilidade para o Governo do Estado. Berenice explicou que com a Gestão Plena o município faz a gestão de todo o recurso proveniente do Ministério da saúde para atender toda a grande Dourados, coisa que não acontece na atualidade.

 

 

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