Apesar de muitos casais terem adiado a troca de alianças, os casamentos não pararam durante a pandemia. Em Dourados, o cartório do 2º Ofício registrou 363 matrimônios de março (início da quarentena) até junho deste ano; 20% a menos do que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 454. Os números incluem casamentos e conversões de união estável em casamentos.
De acordo com o oficial registrador do cartório, Luís Alberto Degani de Oliveira, mesmo durante a pandemia, os casamentos são realizados normalmente, sendo solicitado aos noivos que compareçam apenas com as testemunhas do ato e não se aglomerem no cartório.
Ainda assim, conforme ele, houve alguns casamentos desmarcados, mas por motivos como o fechamento das igrejas, impossibilidade de festas, dificuldades no deslocamento das pessoas, entre outros.
Durante esse período houve mais conversões do que casamentos. Isso ocorre desde a implementação da Justiça Itinerante em Dourados.Houve diminuição na quantidade de casamentos nos meses de março (início da pandemia) e em maio, quando ela começou a se agravar.
No tocante às conversões de união estável em casamento, houve diminuição nos atos a partir de maio e deverá seguir assim até o fim da pandemia, uma vez que a Justiça Itinerante não está atendendo neste período.
Casamento de graça
O custo do casamento ou da conversão é de R$502,10. Porém, tanto o casamento quanto a conversão de união estável em casamento podem ser gratuítos àquelas pessoas que não podem pagar pelo serviço. Para isso, devem assinar uma declaração de hipossuficiência, sob pena de responsabilidade civil e criminal, afirmando não ter condições de arcar com os emolumentos.
O cartório do 2º Ofício é privativo para realizar casamentos e também conversões de união estável em casamento das pessoas que residem na sede da comarca de Dourados. As conversões de união estável em casamento são realizadas na Justiça Itinerante (carreta da Justiça) e, posteriormente, enviadas ao cartório para registro. Desde 01 abril de 2020, de acordo com o Provimento nº 225/2020 do TJMS, a conversão também pode ser feita diretamente no cartório, sem precisar entrar com ação na Justiça ou na Justiça Itinerante. A procura por esse serviço ainda é baixíssima.
Crise no mercado de eventos
Sem dúvidas, um dos setores mais afetados pela pandemia atual foi o de eventos. Com a imposição do isolamento social pela OMS - Organização Mundial da Saúde -, milhares de casais tiveram que adiar a festa de casamento. Somente na plataforma iCasei foram mais de 3.500 adiamentos feitos desde março.
Em pesquisa exclusiva feita com clientes iCasei, casais que subiriam ao altar nos meses de março, abril e maio e tiveram que adiar as celebrações elegeram os meses de setembro e outubro como os favoritos para a nova data.
Com 1.681 participantes no levantamento realizado em abril, 61% responderam que adiaram o casamento já no início da quarentena e 32% ainda não tinham tomado a decisão de mudar a data.
Com esse movimento, o iCasei prevê uma retomada, ainda que tímida, na realização dos eventos em todo país a partir de setembro.
“Desde março, tivemos uma queda muito expressiva em receita por conta dos casamentos que não aconteceram. Mas, tudo no cenário indica que teremos uma retomada bem importante a partir de setembro. Isso porque até lá é esperado que as coisas estejam se normalizando, ainda que timidamente, e, portanto, os casamentos acontecendo - ainda que com restrições”, indica Luis Machado, CEO do iCasei.
Casal
Com máscaras e longe da família, médicos se casam em cartório no Acre e adiam festa devido à pandemia. Juntos há pouco mais de cinco anos, os médicos Daniel Barreto e Amoty Pascoal Nogueira, ambos de 34 anos, não imaginavam que teriam que fazer o casamento de forma tão intimista. Os dois trabalham na linha de frente do combate ao novo coronavírus, ele como cirurgião vascular e ela como pediatra e neonatologista.
Em dezembro do ano passado, em uma festa com amigos e familiares, eles noivaram em Rio Branco. Estava tudo certo para uma grande festa no dia 2 de maio, mas eles não imaginavam que uma pandemia mudaria os planos. Com os eventos suspensos e as orientações de isolamento social, os dois tiveram que adiar a festa tão esperada de casamento.
Porém, não abriram mão do casamento civil. E foi assim, na sala do cartório, com duas testemunhas e seguindo todas as recomendações de saúde, que os dois oficializaram a união. Um cerimônia sem festa, amigos e familiares, mas que mostrou a força do amor dos dois.
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