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Situação de seca em MS intensifica incêndios florestais e trabalho de combate em todos os biomas

No Pantanal, a redução da área alagada intensifica a seca e prejudica ainda mais as ações de combate

05 Set 2024 - 18h00Por Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Situação de seca em MS intensifica incêndios florestais e trabalho de combate em todos os biomas - Crédito: Bruno Rezende Crédito: Bruno Rezende

Com ações permanentes de combate aos incêndios florestais no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, biomas presentes em Mato Grosso do Sul, o CBMMS (Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul) e os demais envolvidos no trabalho de controle e extinção das chamas, atuam em diferentes frentes para mitigar os impactos do fogo.

O Governo do Estado transmitiu as informações dos combates, nesta quinta-feira (5) – ao vivo pela internet (veja na íntegra no final do texto) –, no boletim semanal da Operação Pantanal 2024.

No Pantanal, a redução da área alagada intensifica a seca e prejudica ainda mais as ações de combate. A situação é crítica também por conta da seca na Amazônia que interfere nos ciclos do bioma pantaneiro, pois parte da chuva que chega ao Mato Grosso do Sul é formada na floresta amazônica.

“A cobertura da superfície com água tem diminuído. Além disso, o Pantanal sofre também interferências de outros biomas. A floresta amazônica está tendo, ano a ano, desmatamento e aumento de queimadas. Em 2023 a situação no Pantanal já foi extremamente crítica, teve uma seca em outubro que perdura até agora. Então falta um mês para completar um ano de seca no Pantanal e isso prejudica bastante as operações de combate a incêndio, já que a vegetação está seca, com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. Isso interfere nas estratégias, nas técnicas e na quantidade de recursos que são necessárias para o combate a incêndio”, explicou Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/MS.

Mesmo com os esforços do Governo do Estado, com o apoio de diversos órgãos de outros estados e da União, os focos de incêndios estão ativos em diversos locais e atingem todos os biomas – São Gabriel do Oeste, Miranda, Naviraí, Porto Murtinho, Paranaíba, Corumbá (Nabilque), Chapadão do Sul. Além disso, estão em monitoramento áreas no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari (Costa Rica), Aquidauana, Corumbá (Serra do Amolar, Passo do Lontra, Porto da Manga, Forte Coimbra, Porto Esperança, e Albuquerque); no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, Coxim e Miranda (Betione).

O representante do Ibama também destacou que a situação do Pantanal demanda esforços que vão além de recursos, já empregados pelo Estado e também pela União. “Esse ano, e infelizmente nos anos vindouros, só recurso não vai resolver o problema de incêndio florestal. O manejo integrado do fogo e queima prescrita tem que envolver a todos para conscientizar as pessoas de não ascender e não colocar fogo no período da proibição. Inclusive, que este ano o Governo do Estado antecipou para maio, e mesmo assim tivemos um mês de junho extremamente crítico. A régua de Ladário (que mede o nível do Rio Paraguai) assusta bastante, entrou em setembro em menos 20 (metros em relação à média histórica), nunca esteve tão seco, nunca começou a baixar tão antes”, disse Yule.

Em Paranaíba, o cerrado também está em chamas,

assim como na região do Forte Coimbra, no Pantanal (Fotos: CBMMS)

 

Enquanto os esforços continuam a ser empregados para mitigar os efeitos do fogo, a previsão climática é desfavorável – com risco extremo ou muito alto para a ocorrência de incêndios florestais – mesmo com a chegada de uma frente fria a partir de hoje (5) no Estado – com registros de chuvas nas regiões sul, sudeste e sudoeste.

“Para os próximos dias, uma intensa massa de ar quente e seco deve se estabelecer. Então, entre sábado (7) até quarta-feira (12), vamos ter temperaturas acima da média, que podem ficar entre 38°C e 43°C. E a humidade relativa do ar também estará muito baixa, entre 5% e 20%. Vai ser um período muito quente e muito seco, e todas as condições atmosféricas favorecem a ocorrência de incêndios florestais”, explicou a meteorologista e coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Templo e do Clima), Valesca Fernandes.

Atuação

As condições climáticas extremas e desfavoráveis intensificam fenômenos específicos, que contribuem para a propagação rápida das chamas. Esta semana, na região de Aquidauana, durante atuação em áreas com chamas, o Corpo de Bombeiros registrou redemoinhos pós-fogo em um campo que havia sido devastado, e também queima de turfa com fogo subterrâneo em uma área que já tinha queimado e recebido aceiro e outras medidas de contensão – inclusive quatro caminhões de água, que foram despejados na área para resfriamento do solo.

Além do trabalho diário para combater e extinguir as chamas o CBMMS e demais envolvidos na Operação Pantanal também atuam para resgatar animais nas áreas atingidas pelo fogo.

“Em meio a toda essa dinâmica do combate do incêndio florestal, a gente se depara com os animais. Aqueles que a gente consegue fazer com que volte para um ambiente seguro ali próximo mesmo, já fazemos isso de imediato. Mas quando a gente se depara com animais que precisam de tratamento, a gente faz o encaminhamento para o centro de recuperação mais próximo. Também a temos o Gretap, que é o Grupo de Resgate Técnico de Animais, que durante toda a operação trabalha em conjunto com a gente. São diversos resgates que esse grupo realiza em situações de desastres”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, que é diretora de Proteção Ambiente do CBMMS e responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul.

Durante esta semana os bombeiros auxiliaram no resgate de diversos animais – tartaruga, preá (roedor), aves –. E ontem na região de Miranda, durante uma ação de combate às chamas, um grupo de cervos pantaneiras foi flagrado pela equipe acompanhando o trabalho dos bombeiros.

 

Fotos: Bruno Rezende

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