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Juti lidera desmatamento da Mata Atlântica em MS

13 Nov 2015 - 10h08
Segundo levantamentos da SOS Mata Atlântica  e do INPE, Juti desmatou  278 hectares. - Crédito: Foto: DivulgaçãoSegundo levantamentos da SOS Mata Atlântica e do INPE, Juti desmatou 278 hectares. - Crédito: Foto: Divulgação
O município de Juti lidera o ranking regional dos dez municípios sul-mato-grossenses que mais desmataram espécies da Mata Atlântica. Segundo levantamentos da Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que constam do Atlas dos municípios da Mata Atlântica. Entre 2013 e 2014, a cidade desmatou 278 hectares.

Em seguida, aparecem Corumbá, considerada a capital do Pantanal, com 58 hectares; Bodoquena, 52; Iguatem, 37; Porto Murtinho, 26; Aquidauana, 21; Amambai, 17; Laguna-Carapã, 10; Tacuru, 9. O município de Bonito fecha a lista em 10º lugar, com a perda de 6 hectares. Em relação ao cenário nacional, Juti ocupa a décima posição entre as cidades que mais desmataram o bioma.

O ranking de desmatamento do Atlas dos Municípios, com dados de 3.429 cidades brasileiras, é encabeçado pela cidade piauiense de Eliseu Martins, que teve supressão vegetal de 4.287 hectares. Baianópolis (BA) e Brejolândia (BA), desmataram respectivamente, 1.522 e 687 hectares, aparendo em 2º e 3º lugares. Canto do Buriti(PI), com 636 e Pavussu (PI), com 508 hectares, surgem em 4º e 5º lugares.

O estado de Minas Gerais contribui negtivamente com quatro cidades: Jaiba (6º lugar), desmatamento de 360 hectares; Araçuai (7º lugar), com 333; Ponto dos Volantes (8º lugar), com 287 e Águas Vermelhas (9º lugar), com 287 hectares.

A cidade do Estado que mais preservou o bioma no período de 2000-2014 foi Jardim, que conta com 78,8% de vegetação natural, em comparação com a área original. A vegetação natural inclui, além das florestas, outras áreas como refúgios, várzeas e campos de altitude. A capital do Estado, Campo Grande, possui 17% de área do bioma conservada.

A extensão territorial de Jardim é de 2.201,514 quilômetros quadrados, com 24.346 habitantes, com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,712. É um dos quatro municípios que fazem parte do complexo turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, ao lado de Guia Lopes da Laguna, Bonito eBodoquena), apresentando grande potencial turístico. Jardim também possui um grande potencial no segmento do turismo.Sua economia é baseada na pecuária e na agricultura.

Um dos aspectos favoráveis à preservação da Mata Atlântica é a existência de um plano diretor que contribui para a redução do desmatamento, conforme o que estabelece o artigo 43, que diz: “A Zona de Ocupação Especial (ZOE) é definida por áreas verdes, remanescentes, áreas ambientalmente frágeis, e áreas próximas que devem ser protegidas,localizadas junto aos grotões e às nascentes”.

Segundo o mapeamento da Fundação e do INPE, este ano, os dados atualizados e o histórico das cidades abrangidas pela Lei da Mata Atlântica podem ser acessados no hotsite ‘Aqui Tem Mata’, que será lançado nesta semana e apresenta de forma simples e interativa as áreas remanescentes de Mata Atlântica no país. Com opções de busca por localidade, mapas interativos e gráficos, a ferramenta está disponível para web, tablets e celulares, permitindo que os dados estejam acessíveis a qualquer usuário e possam ser reutilizados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.

“A SOS Mata Atlântica lança o ‘Aqui tem Mata’ com o objetivo de tornar mais acessíveis os dados e o histórico das cidades que são abrangidas pelo Mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica. A partir de uma ferramenta de fácil visualização, qualquer pessoa poderá saber como seu município tem conservado o bioma mais ameaçado do Brasil. Ampliar o conhecimento sobre o assunto e torná-lo mais próximo do dia a dia é uma forma eficiente de incentivar a participação de todos na proteção do que resta de Mata Atlântica no país”, afirma Marcia Hirota, Diretora Executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica.

Mário Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município. “Os Planos Municipais da Mata Atlântica materializam as leis do bioma Mata Atlântica”, explica.

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