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Deputados discursam pela sustentabilidade e Paulo Duarte cobra intervenção no Rio Paraguai

Deputado diz que há cerca de 6 pontos críticos com sedimentos que estão impedindo a navegação e que o Ibama não estaria autorizando a intervenção

05 Set 2024 - 11h30Por Fernanda Kintschner, Agência ALEMS
Na tribuna, Duarte denunciou que Ibama não tem permitido intervenções para retirada de sedimentos do rio - Crédito: Luciana Nassar/ALEMSNa tribuna, Duarte denunciou que Ibama não tem permitido intervenções para retirada de sedimentos do rio - Crédito: Luciana Nassar/ALEMS

A preocupação com o meio ambiente é tema recorrente entre as falas na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Ontem (4), Paulo Duarte (PSB) discursou sobre sua preocupação com o leito do Rio Paraguai e as questões climáticas que afetam toda a região pantaneira.

Segundo o parlamentar, há cerca de 6 pontos críticos com sedimentos que estão impedindo a navegação e que o Ibama não estaria autorizando a intervenção. “Não se trata de dragagem, se trata de sedimentos levados de forma natural e que o órgão não permite intervenção, ou seja, uma decisão isolada em Brasília, de pessoas que nunca vieram para cá, pode condenar a região inteira de Corumbá ao isolamento, ao ostracismo do ponto de vista econômico”, denunciou o deputado.

Atualmente, ainda segundo Paulo Duarte, a hidrovia escoa a produção, mas o Rio Paraguai e seus 2.700 quilômetros é um modal fundamental, por ser um transporte mais limpo que as rodovias. “Corumbá tem as melhores qualidades de minério de ferro e parte está sendo escoada pela BR-262, ou seja, aumenta a emissão de gases, que diminuem o volume de chuvas, que, consequentemente, aumentam a temperatura em todo o país, usando um transporte rodoviário mais caro, que mata pessoas e animais, com um tráfego pesado, que não foi planejado para isso. Temos que discutir a sustentabilidade, porque tudo impacta”, ressaltou.

Para Paulo Duarte, a principal discussão deve ser quanto as mudanças climáticas, pois o Pantanal corre risco de desertificação de áreas que antes eram alagadas e que a redução dos volumes de chuva está preocupante, visto que a pauta deve ser tratada “sem viés partidário, pois a questão ambiental é maior do que qualquer ideologia”.

Presidente pediu mais governança

 

Da mesma forma, o presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP) ressaltou que é preciso voltar os olhos ao ESG - Ambienal (Environmental), Social e Governança (Governance). “Esse é um conceito moderno, que reúne esses três pilares importantes. Não adianta procurar culpado. Temos que olhar a partir do hoje, do agora, criar políticas públicas e responsabilidades a partir daí, pois não vamos conseguir mudar a história do que já foi desmatado, mas daqui para frente sabemos que nós precisamos usar nossos rios para o desenvolvimento. Torná-los navegáveis, voltar políticas para as matas ciliares, agir com mais responsabilidade daqui para frente”, considerou.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa de Leis, deputado Renato Câmara (MDB), parabenizou pela discussão. “Tenho clara convicção da importância estratégica dos recursos hídricos do estado. Temos visto o problema da água. E ela é fundamental para qualquer desenvolvimento. Tanto na esfera de logística, quanto de produção e ao meio ambiente. E nós, muitas vezes, não temos essa percepção, porque em Mato Grosso do Sul ainda tem água em abundância, mas para mantermos temos que praticar ações que possam ter essa sustentabilidade ao longo dos anos. E um dos temas que precisa ser aprimorado são os comitês de bacias hidrográficas, em que se reúnem ações para preservação do meio ambiente, com representantes de vários setores. Como melhorar esse volume do Rio Paraguai? Nós sabemos que para melhorar é preciso ter a recarga, ter a infiltração da água nos solo e esse é um problema que precisa ser enfrentado”, explicou.

Para o deputado Pedro Kemp (PT) não se deve levar o assunto ao viés ideológico. “Não deve existir oposição entre o desenvolvimento e a preservação. Não deve haver radicalismo de nenhum dos lados. Devemos encontrar o caminho para a sustentabilidade, ou seja, investir na produção que garanta o equilíbrio. Houve uma exploração exacerbada sem a preocupação da preservação e hoje estamos pagando a conta e talvez deixaremos um planeta inabitável. E o Pantanal, é uma joia, um bioma muito sensível e ali a preocupação deve ser dobrada. É difícil, mas é possível a gente conseguir”.

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