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Em tempos de pandemia, artistas inventam soluções criativas em Dourados

29 Jun 2020 - 13h00Por Valéria Araújo
Em tempos de pandemia, artistas inventam soluções criativas em Dourados -

Há três meses sem poder desenvolver suas atividades ao público e a espera de auxílios, que na prática não saíram do papel, artistas de Dourados, usam a criatividade e a tecnologia para manter produções em tempos de pandemia. As iniciativas incluem aulas, campanhas assistenciais e lives de apresentações culturais. Com imaginação e disposição é possível criar até filme de aventura. 

 


Foi o que fez o o professor e gestor cultural Antônio Júnior. Com as aulas de Teatro Infantil em plataforma online devido a pandemia, ele propôs às crianças a produção de um filme com cenas gravadas em isolamento. Trata-se de uma produção do Instituto de Desenvolvimento Artistico e Social Sucata Cultural em parceria com a Xaraés – Audiovisual. 

“O Contaminador”  é um inimigo invisível e alienígena invade a Terra com um único objetivo: extinguir o planeta implantando um vírus mortal. No intuito de conter esse vírus e acabar com essa ameaça alienígena, um grupo de Super-Heróis e Super-Heroínas unem forças em isolamento social para deter o perigo. “O roteiro motivou os alunos a continuarem as aulas de teatro infantil na internet”, ressalta Antônio Júnior.

 

As escolas de dança também tiveram que se adaptar. No Stúdio Blanche Torres as aulas de balé pelo Zoom, aplicativo de videoconferência, possibilitaram que as alunas do presencial pudessem continuar as aulas que vão do preparatório ao avançado.  A Susi Dias, mãe de aluna do Studio aprovou a idéia. “Nós tivemos que fazer algumas adaptações em casa e as alunas estão trabalhando o mental e o corporal. Dessa forma não perdem o foco e não ficam desreparadas quando voltarem as aulas”, destaca. 


As alunas abusam da criatividade com as aulas temáticas como a fantasia e festa junina. “A mudança para o ambiente virtual teve muitos desafios, como chegar aos alunos da melhor maneira possível foi um deles. Nos reinventamos, adaptamos nosso programa de estudos, mexemos no formato das aulas”, acrescenta a diretora do Studio e coreografa Blanche Torres. 


No Espaço de Cultura e Arte Casulo, o foco está nas ações sociais. Os artistas estão concentrados em levar ajuda nas aldeias e por essa razão participam de campanhas em parceria com outras entidades para a arrecadação de alimentos, routas, tecido, elastico, produtos de limpeza e materiais de higiene. Uma costureira do Casulo faz a cnfecção de máscaras. Também lançaram um movimento para a compra de galões adaptados com torneiras para serem entregues em pontos estratégicos na aldeias onde falta água. Esses galões serão abastecidos com caminhões pipas. “No momento nosso trabalho está voltado a causas sociais e o trabalho artístico consiste na total divulgação e articulação política em torno da lei Aldir Blanc, para que espaços e artistas que estão sofrendo finnceiramente com essa pandemia possa se viabilizar”, explica a gestora cultural do espaço, Arami Marschner. 



Crise 
Apesar dos esforços da classe artística de Dourados a pandemia derrubou toda a cadeia produtiva cultural, que vai desde a mantê-los como a gerar empregos, renda e giro na economia que essa atividade garante. A afirmação é do conselheiro do Conselho Municipal de Cultura, membro do Fórum Municipal de Cultura e do Comitê de Operacionalização Pró Aprovação da Lei Aldir Blanc, o diretor cultural Danino Rosset.


Segundo ele os agentes culturais de Dourados já sofriam com a falta de incentivos importantes como a não realização do Fundo Municipal de Investimentos à Produção Artística e Cultural  por três anos. Com a pandemia essa situação se agravou e hoje 85% dos profissionais de Cultura estão tendo que procurar atividades fora de sua área de atuação para se manterem. Ele mesmo é exemplo disso, já que teve que deixar suas atividades de produção cultural com a Educação Especial para produzir projetos administrativos para empresas.


Ele acredita que incentivos como a Lei Aldir Blanc e o edital da Prefeitura de Dourados poderão dar um fôlego para a categoria, há três meses parada. No entanto ressalta a importância de Dourados se planejar e criar políticas públicas eficientes para não ter que atuar apenas “apagando incêndios”. Isso, segundo ele envolve a criação de um Fundo de Cultura que oportunizaria investimentos importantes para o setor. 


Aldir Blanc
Segundo Rosset a Lei Aldir Blanc deve injetar R$ 1,5 milhão na economia de Dourados por meio da Cultura.  Os artistas que atendem os critérios deverão receber o valor de R$ 1.800,00 divididos em três parcelas de R$ 600.


Quase um mês após ser aprovada no Congresso Nacional, e mais de 20 dias após aprovação no Senado, o Projeto de Lei 1075, que visa o pagamento de auxílio emergencial para artistas e técnicos do setor cultural e a criação de uma linha de crédito para espaços culturais e pequenos produtores durante a pandemia do novo Coronavírus, que causou congelamento imediato do setor, segue sem uma posição do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido). Para entrar em vigor precisa ser sancionado. 


Edital da Prefeitura 
Após passar por prorrogação, o que frustrou o setor cultural de Dourados que tem urgência no auxílio para não encerrar atividades, o projeto “Cultura para Todos” foi lançado em Dourados. O edital prevê que a Secretaria de Cultura selecione apresentações culturais para exibições on-line. As inscrições deverão ser realizadas em julho, de 17 a 19, com envio da documentação exigida e da apresentação.


Serão 40 vídeos selecionados para o projeto “Cultura para Todos”, divididos nas áreas de artes cênicas (circo, dança e teatro); música, artes visuais (pintura, escultura, gravura, desenho, design, fotografia, cerâmica, moda e poéticas contemporâneas, etc.); audiovisual, literatura, patrimônio cultural, artesanato.

 

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