Crédito: A. FrotaDourados vai sediar, de 11 a 15 de outubro, o Enei (Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas) e, na manhã desta terça (04), a comissão organizadora visitou a prefeita Délia Razuk para convidá-la a participar do evento. A ação tem como tema central ‘Lutas, Resistências, Territorialidade: Do Tekoha à Universidade’ e será realizada na Aldeia Jaguapiru. A prefeita elogiou a estruturação do evento em Dourados e sinalizou apoio.
Atividades culturais, palestras e exposições estão entre a programação do evento, que contará inclusive com ato na Praça Antônio João. Conforme a universitária Adrieli Marques, 22, da organização do Enei, já são 400 participantes confirmados, entre estes indígenas que virão da Bahia, Rio Grande do Sul, Manaus, Paraíba, Goiás e até da Colômbia.
A participação dos indígenas nas universidades é um dos temas centrais do evento. Conforme Adrieli, neste ponto Dourados tem se destacado. “Vamos mostrar que nossos indígenas estão buscando a graduação e que temos índios mestres e doutores. Vamos tocar na importância disso, pois depois o benefício é para toda a comunidade indígena, quando eles trazem sua formação e atuam com os serviços aqui”.
A riqueza cultural e a oportunidade da troca de experiências entre as etnias é outro ponto destacado pela organização.
A prefeita Délia Razuk disse que sentiu lisonjeada com o convite e enalteceu a proposta do Encontro, de abordar o assunto comunidade indígena e universidade. Ela destacou também a riqueza cultural da Reserva Indígena de Dourados, que será compartilhada com pessoas de vários pontos do país.
“Fico muito feliz com o convite e acredito que mostrar a comunidade indígena participante das universidades incentiva outros a buscarem o mesmo caminho; sabemos como é rica a cultura presente nas nossas aldeias de Dourados e compartilhar isso com outros Estados é muito importante”, destacou.
O Enei está em sua sexta edição e a escolha de Dourados para esta edição aconteceu no evento de 2016, no Pará. Todas as atividades serão abertas para participação da comunidade em geral.
Outras temáticas do evento são: Mulheres indígenas, Gênero, sexualidade e feminismo Indígena, Etnomídia: a tecnologia a favor da comunidade.
Adrieli ressalta que as temáticas foram traçadas dentro de situações atuais que merecem um debate saudável e trocas de experiências. Ressalta ainda que o evento em Dourados e sua visibilidade é uma forma de enaltecer a evolução da comunidade indígena local e quebrar paradigmas existentes com foco apenas em divulgações negativas sobre uma das maiores Reservas Indígenas do país.
“Nossa comunidade tem buscado se especializar, hoje contamos com o transporte para universidade, de forma gratuita, o que aconteceu nessa gestão e são muitos que têm buscado o mundo acadêmico. Temos evoluído em qualidade de vida e precisamos mostrar isso para mídia, que, muitas vezes, insiste em abordar temáticas negativas. Queremos o contraponto, mostrar o que temos de bom, nossas culturas, a vontade de crescimento do nosso povo”, destaca.
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