Dados mais recentes do Censo Escolar 2021 revelam alguns problemas enfrentados pela educação básica no Brasil como consequências da pandemia da Covid-19. O principal deles talvez tenha sido a evasão escolar. A crise da Covid foi muito além da questão de saúde pública - afetando a saúde mental de estudantes e profissionais –, impactando na situação econômica de milhões de família, fazendo com que alunos optassem pelo trabalho em detrimento dos estudos.
Os dados da cidade de Dourados no levantamento do ano passado mostram uma queda de 0,92%, em comparação ao ano anterior, no número de matrículas iniciais totais - na Creche, Pré-Escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio, na Educação de Jovens e Adultos Fundamental e Médio e Educação Especial das redes estaduais e municipais, urbanas e rurais em tempo parcial e integral.
Em 2020, o município registrou um total de 46.469 matrículas. Já em 2021 o número total caiu para 46.037, segundo a pesquisa. A nível nacional, o país teve uma redução de 1,3% no total de matrículas no ano passado. No ano de 2021, foram registradas 46,7 milhões de matrículas nas 178,4 mil escolas de educação básica no Brasil, cerca de 627 mil matrículas a menos em comparação com 2020.
Em Dourados, foram realizados levantamentos em 145 unidades de ensino no ano de 2021. É possível constatar que a rede municipal é a principal responsável pela oferta de vagas na educação infantil (creche e pré-escola). O atendimento em período integral para essa etapa do ensino registra apenas 40 matrículas de creche em escola urbana, 57 em escola rural e 14 matrículas na pré-escola em escola rural.
Nos anos iniciais do ensino fundamental não há educação em tempo integral na cidade, conforme o Censo. Já nos anos finais, foram identificadas 813 matrículas em escola estadual urbana e 158 em escola municipal rural. O ensino médio na cidade, incluindo o EJA, é ofertado principalmente pela rede estadual de ensino, com 948 matrículas em período integral.
A redução do número de matrículas no município pode não ter sido pior por conta de algumas tendencias de crescimento, como no caso das vagas para educação especial. O número de matrículas da educação especial no município subiu de 1.303 em 2020 para 1.337 em 2021. As matrículas em creches também aumentaram de 3.104 para 3.325. Além da educação integral nos anos finais do ensino fundamental, que subiu de 554 para 971 matrículas, no ensino médio, de 539 para 948.
Já as escolas rurais, onde estão inseridas a educação indígena e do campo, mantiveram uma taxa regular de matrículas de um ano para outro.
Impactos
A redução de matrículas no comparativo dos dois anos se deu na pré-escola período parcial, que caiu de 4.522 para 4.315; Anos iniciais, de 16.146 baixando para 16.046; E principalmente no EJA, que reduziu de 1.219 para 618 no EJA presencial do ensino fundamental; e de 965 em 2020 para 390 no ano de 2021 para o ensino médio de jovens e adultos, um impacto de mais de 100% de redução no número de matrículas.