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Coronavirus: Estoque de Ivermectina esgota nas farmácias de Dourados

29 Jun 2020 - 07h08
Coronavirus: Estoque de Ivermectina esgota nas farmácias de Dourados -

A Ivermectina, vermífugo popularmente conhecido no tratamento de piolhos, vermes e outros tipos de parasitas, tem surgido na ciência como uma ‘luz no fim do túnel’ para o tratamento eficaz do novo coronavírus. 

Farmácias procuradas pela reportagem demonstram a procura intensa por parte da população ao produto. Um dos estabelecimentos consultados recebeu 200 caixas de ivermectina no sábado (20/6) e em 2 horas todas já haviam sido vendidas. “Se eu tivesse 5 mil caixas tinha vendido tudo. Estamos com estoque zerado e já tem falta no distribuidor”, afirmou vendedor da unidade.


Pesquisas realizadas por cientistas australianos perceberam a eficácia do medicamento contra o vírus Sars-Cov-2, que provoca a Covid-19. Em amostras in vitro, o contato do novo coronavírus com o antiparasitário revelou em 48h uma redução absoluta da reprodução viral.


Esse efeito trouxe esperança para um possível agente combativo à doença, que assola todo o planeta. São mais de 9.440.535 infectados, com quase meio milhão de mortos. Apenas 4.764.577 pessoas conseguiram se recuperar do vírus, mas o avanço do contágio é cada vez mais acelerado. O Brasil, por exemplo, atingiu na semana passada a marca de 1 milhão de infectados. É o segundo país no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos com mais de 2,4 milhões de casos confirmados.


Médica atesta eficácia 


No Brasil, uma das mais renomadas médicas ultrassonografistas, além de pesquisadora e professora em São Paulo, Lucy Kerr (CRM-SP 20963) iniciou suas pesquisas comprovando a eficácia do medicamento nas fases 1e 2 da doença. “Quase de imediato, após ler esse estudo dos especialistas autralianos atendi uma sequência de 20 pacientes com Covid- 19  e todos eu consegui tratar e curar em 48 horas como preconizado, utilizando a Ivermectina ajustada para peso, com a dose recomendada, embora 4 casos mais graves tenham necessitado de uma segunda dose. Eu administro um grupo de 570 médicos Whatsapp e Telegram e eu mencionei lá nos grupos que havia conseguido a cura dos pacientes. Depois que eu passei a minha experiência, os colegas começaram a utilizar a Ivermectina e os relatos de sucesso se sucederam, um após o outro de pacientes curados, e eles começaram a utilizar pessoalmente  a Ivermectina como medicação profilática uma vez por semana para continuarem a trabalhar”, explica.

Recentemente o Hospital da Marinha do Brasil – Hospital Naval Marcílio Dias Clínica De Doenças Infecciosas e Parasitárias Serviço De Controle De Infecção Hospitalar,  publicou um protocolo para uso domiciliar da Ivermectina durante tratamento da COVID-19 1, utilizando a mesma dosagem que preconizamos e estamos usando desde março de 2020.


“Estou muito feliz porque agora já temos vários estudos corroborando nossa experiência de tratamento e não tinha como eu não divulgar que no nosso grupo a Ivermectina foi 100% eficaz nas fases 1 e 2 da infecção. Nas fases mais avançadas do Covid-19, quando já houve lesão de muitos órgãos importantes, como coração, pulmão, fígado, rins, cérebro, retina e intestino e, mesmo que ocorra recuperação, poderá haver sequelas que não sabemos ainda quais serão e nem sabemos se definitivas ou não. Nessa fase outras medidas são necessárias. É uma doença nova e aprendemos dia-a-dia com ela”.


Políticos como o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), tem defendido o uso da ivermectina no protocolo contra Covid-19. Ele estava infectado e por recomendação médica usou o fármaco aliado a azitromicina, obtendo cura após dias de acompanhamento.
 

Sem comprovação da eficácia


Os primeiros resultados no uso da ivermectina são animadores, especialmente por ser um medicamento de fácil acesso, baixo custo, boa tolerabilidade e favorável perfil de segurança. Entretanto, como qualquer outro medicamento, não é inócuo e apresenta contraindicações, que incluem o emprego em crianças menores de 5 anos e em indivíduos com afecções do sistema nervoso central que possam afetar a barreira hematoencefálica. 
Já foi comprovado que o novo coronavírus pode provocar o aumento da permeabilidade hematoencefálica pela resposta inflamatória exacerbada e, nessas condições, o potencial neurotóxico da ivermectina deve ser considerado. 


Aliado a este fato, não se sabe ao certo a dose que é capaz de inibir a replicação viral sem promover toxicidade, se o uso preventivo é capaz também de reduzir a chance de uma infecção grave ou se a sua utilização apresenta indicação para todos os pacientes que venham apresentar sinais e sintomas da Covid-19, dos mais leves aos mais graves.


Portanto, são necessários estudos mais robustos, com aplicação deste agente em seres humanos através de controle rigoroso, para melhor esclarecer a aplicabilidade clínica deste fármaco. Ademais, a automedicação através do empirismo ou “achismo” não deve acontecer por parte da população, pois há uma linha divisória tênue entre a dose recomendada e a dose capaz de causar danos, e cada ser é único e precisa ser avaliado de forma individual por um profissional habilitado. Por isso, é imprescindível procurar um profissional médico para maiores esclarecimentos acerca das possíveis modalidades terapêuticas empregadas para a Covid-19.
O infectologista Daniel Galina, membro do Comitê de Gerenciamento da Pandemia em Dourados, disse ao O PROGRESSO a opinião pessoal dele à respeito do uso da ivermectina como kit contra Covid-19. 


“Ela é uma medicação usada principalmente para escabiose (piolho) e algumas verminoses. In vitro, ou seja, no tubo de ensaio do laboratório, mostrou eficaz na diminuição replicação do vírus. Porém in vivo, ou seja nos pacientes não se mostrou eficaz. Portanto é parecido com o uso da hidroxicloroquina, que não tem nada comprovado. Neste momento não indicaria seu uso assim, como contra indicaria a distribuição de tais kits”, afirmou.


A reportagem buscou contato com o porta-voz do comitê, o médico Frederico Weissinger, para saber como a administração municipal tem avaliado a inserção do fármaco no protocolo de tratamento da doença, mas não obtivemos retorno.

 

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